Medo de prisão preventiva motivou ausência de Bolsonaro em julgamento do STF hoje, diz colunista

Aliados e advogados do ex-presidente expressam preocupação com possibilidade de decreto de prisão ou de uso de tornozeleira eletrônica por Alexandre de Moraes

O receio de que o Supremo Tribunal Federal (STF) decretasse a prisão preventiva ou o uso de tornozeleira eletrônica contra Jair Bolsonaro logo após ele se tornar réu foi apontado como o principal motivo para a ausência do ex-presidente no segundo dia do julgamento da denúncia contra ele na Corte, nesta quarta-feira (26).

Segundo informações da coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles, desde a noite de terça-feira (25), aliados e advogados de Bolsonaro manifestavam preocupação com rumores de que o ministro Alexandre de Moraes poderia decretar a prisão ou o uso de tornozeleira eletrônica durante a presença do ex-presidente no STF.

A apreensão foi tamanha que advogados de Bolsonaro se reuniram emergencialmente na noite de terça-feira em Brasília para discutir o assunto. A ausência do presidente Lula e dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, que estão em viagem ao Japão, teria intensificado o temor, deixando Bolsonaro sem interlocutores em caso de eventual prisão.

Apesar dos rumores, auxiliares de Bolsonaro buscaram contato com integrantes do Judiciário em Brasília, que minimizaram as chances de tal medida ser decretada apenas com o recebimento da denúncia. A avaliação é de que seria necessário algum outro motivo, como interferência no andamento do processo.

O julgamento da denúncia contra Bolsonaro no inquérito do golpe, que teve início na terça-feira na Primeira Turma do STF, prosseguiu nesta quarta-feira. O ex-presidente compareceu ao Tribunal no primeiro dia, mas optou por não comparecer no segundo. Ministros do STF teriam interpretado a presença de Bolsonaro no primeiro dia como uma “tentativa de provocação” e uma demonstração de que ele não pretende fugir do país.