Defesa de Bolsonaro nega acusações de tentativa de golpe em julgamento no STF
3 de setembro de 2025Advogados do ex-presidente afirmam que não há provas que liguem o cliente a minutas golpistas ou aos atos de 8 de janeiro, rebatendo as acusações da PF e da PGR
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sustentou, nesta quarta-feira (3), que seu cliente não atentou contra a democracia e não tem qualquer ligação com a tentativa de golpe de Estado ou com os atos violentos de 8 de janeiro. A manifestação ocorreu durante a sessão de julgamento da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que analisa a ação penal contra o chamado “núcleo crucial” da suposta trama golpista.
Em sua fala, o advogado Celso Vilardi contestou as acusações apresentadas pela Polícia Federal e pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que colocam Bolsonaro como o principal planejador e executor do plano. “Vou demonstrar cuidadosamente: ele [Bolsonaro] não atentou contra o estado democrático de direito, e não há uma única prova”, declarou Vilardi, referindo-se a supostas minutas golpistas e outros planos investigados.
O advogado também negou o envolvimento do ex-presidente em ações como a “Operação Punhal Verde Amarelo” e a “Operação Luneta”, e reforçou que “nem o delator — que eu sustento que mentiu contra o presidente da República —, nem ele chegou a dizer [que houve] participação em Punhal, em Luneta, em Copa [parte do plano Punhal Verde Amarelo, segundo a PGR], em 8 de Janeiro. Nem o delator [diz], não há uma única prova”, completou.
A investigação da Polícia Federal acusa Bolsonaro de ter “plena consciência e participação ativa” nas ações do grupo, enquanto a denúncia da PGR afirma que o ex-presidente liderou uma organização criminosa que praticou “atos lesivos” contra a ordem democrática.
