Defesa de Bolsonaro alega não ter acesso à íntegra das provas em julgamento no STF

Defesa de Bolsonaro alega não ter acesso à íntegra das provas em julgamento no STF

3 de setembro de 2025 0 Por Redação Em Notícia

Advogado Celso Vilardi sustenta que o ex-presidente teve cerceamento de defesa, citando o vasto volume de documentos e o prazo exíguo para a análise do material

O advogado Celso Vilardi, que representa o ex-presidente Jair Bolsonaro na ação penal sobre a suposta tentativa de golpe de Estado, reforçou em sua sustentação oral na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que a defesa não teve acesso à totalidade das provas do processo.

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Vilardi argumentou que a defesa teve acesso ao material apenas poucos dias antes do início da fase de instrução processual. O advogado descreveu o volume de documentos como “bilhões” de arquivos e com um prazo de apenas 15 dias para análise.

“Estamos falando de uma sucessão de investigações com diversas buscas. Temos um conjunto de provas apreendidas que ficou à disposição por anos com a PF, que tem um sistema para fazer pesquisa, tem os meios técnicos para buscar por conversa, por palavra, por tema. Pedimos essa prova. Ela não veio antes do recebimento da denúncia, vossas excelências determinaram que ela tinha de vir depois”, afirmou o advogado.

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O defensor também mencionou um arquivo específico, referente ao general Mário Fernandes, que não foi disponibilizado corretamente, mesmo após a instrução já ter sido encerrada. “Com todo o respeito, a prova é da defesa. O juízo de valor sobre a prova é de vossas excelências. A defesa tem o direito de colocar o contexto da prova”, completou.

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Vilardi sustentou que a defesa não teve “paridade de armas” com a Polícia Federal e o Ministério Público, que tiveram mais tempo para analisar o material. “Não tivemos acesso à prova e muito menos prazo suficiente. Não houve paridade de armas, não tivemos o tempo que o MP e a PF tiveram. Com 34 anos, é a primeira vez que venho à tribuna para dizer que não conheço a íntegra do processo. O conjunto da prova eu não conheço”, concluiu.

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