Vereador Carlos Bolsonaro foi hospitalizado após prisão domiciliar do pai
5 de agosto de 2025Parlamentar passou mal no Rio de Janeiro e foi submetido a exames cardíacos; defesa de Jair Bolsonaro contesta decisão do STF e nega descumprimento de medidas cautelares
O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) foi internado nesta segunda-feira (4) após passar mal, horas depois que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou a prisão domiciliar de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo apuração da CNN, o parlamentar estava em Brasília e seguiu para o Rio de Janeiro por volta do meio-dia. Após a decretação da prisão domiciliar, ele teria se sentido mal e foi levado às pressas a um hospital na capital fluminense. A emissora confirmou que Carlos Bolsonaro apresentou alteração na pressão arterial e foi submetido a exames cardíacos. A recomendação médica é de que ele permaneça internado para observação.
A decisão de Moraes, divulgada no início da noite de segunda-feira, fundamenta a prisão no que ele classificou como “reiterado descumprimento das medidas cautelares”. A ordem judicial estabelece que o ex-presidente está proibido de receber visitas, exceto por seus advogados e outras pessoas autorizadas pelo Supremo. Bolsonaro também está impedido de usar o celular, tanto diretamente quanto por intermédio de terceiros.
A medida foi motivada, entre outros fatores, por uma ligação feita pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) durante uma manifestação em Copacabana, no último domingo (3), na qual o ex-presidente falou com os manifestantes por meio de viva-voz. Moraes reforça na decisão que foram mantidas as cautelares que proíbem Bolsonaro de ter contato com embaixadores, se aproximar de embaixadas ou autoridades estrangeiras, além da proibição do uso das redes sociais. O ministro ressalta ainda que “o descumprimento das regras da prisão domiciliar ou qualquer uma das medidas cautelares implicará na sua revogação e na decretação imediata da prisão preventiva”.
A Polícia Federal (PF) cumpriu um mandado de busca e apreensão na residência do ex-presidente, apreendendo seu aparelho celular.
Em nota, a defesa de Jair Bolsonaro expressou surpresa com a decisão. Os advogados Celso Vilardi, Paulo Amador da Cunha Bueno e Daniel Tesser afirmaram que o ex-presidente “não descumpriu qualquer medida”, citando uma decisão anterior que “constou expressamente que ‘em momento algum Jair Messias Bolsonaro foi proibido de conceder entrevistas ou proferir discursos em eventos públicos’”. A defesa concluiu que a frase “‘Boa tarde, Copacabana. Boa tarde meu Brasil. Um abraço a todos. É pela nossa liberdade. Estamos juntos’ não pode ser compreendida como descumprimento de medida cautelar, nem como ato criminoso”.
