Entenda porque uma pessoa vacinada ainda pode morrer de COVID-19
10 de junho de 2021Mesmo após a segunda dose é importante manter as medidas de proteção não farmacológicas como máscara e distanciamento social
O biomédico Lucas Zanandres, especialista em Biologia Molecular, Análise Clinica e Pesquisa Médica, com mestrado pela Universidade Federal de Minas Gerais em Inovação Tenológica e Propriedade Intelectual, no seu canal “Olá Ciência”, no You Tube, explicou que há vários graus de proteção entre as vacinas disponíveis no Brasil e que nenhuma é 100% eficaz. Ele revela que, mesmo após tomar a segunda dose, é importante manter as medidas de proteção, como uso de máscara, distanciamento social e álcool em gel e que o governo deve promover a vacinação em massa da população.
“Para começar, é bom saber que as vacinas não têm dois extremos. Tipo: quem tomou vacina está protegido e quem não tomou vai ficar doente. Entre esses dois extremos existem vários tipos de proteção. A vacina age justamente estimulando o sistema imune para, caso a pessoa seja infectada, o organismo tenha mais condições de combater o vírus, diminuindo o risco de a pessoa infectada ficar doente e morrer. Por isso, a proteção da pessoa vacinada vai depender da eficácia da vacina que ela recebeu e da taxa de circulação do vírus. Enquanto o vírus estiver circulando muito igual ao que está acontecendo aqui no Brasil e em muitos outros países, o risco de ficar doente ainda vai existir”, contou Zanandrez.
Segundo o biomédico, é preciso diferenciar os casos de pessoas que se infectaram no intervalo entre duas doses (caso de Agnaldo Timóteo) das pessoas que se infectaram algum tempo depois da segunda dose.
“No primeiro cenário, a pessoa pode estar infectada quando recebe a vacina ou se infectar antes de desenvolver a imunidade. Nesse caso, o vírus entrou no organismo antes da vacina gerar proteção. Esse foi o caso do cantor Aguinaldo Timóteo, por exemplo. Ele foi internado dois dias depois de receber a segunda dose da vacina. Ele provavelmente se infectou no intervalo entre a primeira e a segunda dose. A vacina estava ainda montando uma resposta protetora. Mas existem raros relatos de pessoas que tomaram as duas doses da vacina e, mesmo depois de algumas semanas, foram infectadas. Algumas vieram a óbito. Nenhuma vacina oferece uma proteção 100%. O que elas fazem é reduzir, em muito, o risco de a pessoa ficar doente, desenvolver a forma grave da Covid e morrer. Mesmo não protegendo 100%, não deixa de ser uma boa vacina. É preciso outras medidas de proteção, como o uso de máscara corretamente e o distanciamento. Então, se as medidas de proteção forem relaxadas, aumenta o risco de a pessoa vacinada entrar em contato com o vírus e, consequentemente, ficar doente”, esclareceu o biomédico.
Sobre as vacinas Pfzer, Astrazeneca e Coronavac, Zanandrez explicou que, quanto maior a cobertura vacinal, maior a efetividade. Assim foi nos países em que elas foram aplicadas.
“A vacina da Pfizer começou a ser aplicada no Brasil há pouco tempo. Tem uma eficácia geral de 94%. Isso significa que ela tem 94% menos chance de se infectar 14 dias após tomar a segunda dose. Em Israel, por exemplo, a efetividade foi de 97% na redução de casos graves e de morte. Lá em Israel, eles viram que à medida em que a cobertura vacinal aumentou em todas as idades, a incidência de Covid diminuiu. Quanto mais pessoas tiverem sido vacinadas, menor será a circulação do vírus, maior será a redução do número de casos e mortes por Covid e mais rápido poderemos relaxar as medidas de proteção”, defendeu o especialista.
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