Vaticano cassa o ordenamento do Padre Diego Rodrigo dos Santos
7 de fevereiro de 2022Fontes internas da Diocese de Limeira que pediram condição de anonimato, afirmaram que o Pe. Diego Rodrigo dos Santos, sob o qual recaem denúncias de crimes sexuais e pedofilia e que teriam motivado a sua suspensão pela Cúria Diocesana em 06 de março de 2020, teve a sua demissão do Estado Clerical, não podendo mais realizar quaisquer celebrações e nem mesmo participar de atos oficiais da Igreja Católica. Entramos em contato com a Cúria Diocesana, que limitou-se a dizer que o processo ao qual responde no Vaticano o padre Diego, tramitou normalmente e que a Diocese aguarda a publicação da sentença pela Santa Sé, não podendo se pronunciar enquanto não tiver a oficialização da decisão, o que poderá acontecer em breve.
O padre Diego era responsável pela Paróquia São Sebastião, localizada naquela cidade. No momento de sua suspensão, a Diocese comunicou que foi levado em conta o Motu Próprio “Vos estis lux mundi” (Vós sois a luz do Mundo), uma norma editada pelo Papa Francisco em maio de 2019 para combater o abuso sexual e garantir que os bispos e superiores religiosos sejam responsabilizados por suas ações.
Sob investigação da Cúria e também do Ministério Público Estadual de São Paulo, Diego, que a partir de então deixa de ser padre, e ainda responde criminalmente pelos atos praticados contra menores de idade, também é testemunha de defesa de outro clérigo igualmente envolvido em denúncias de crimes sexuais contra vulneráveis, o padre Pedro Leando Ricardo {e que segundo afirmações de pessoas próximas a Diego, ele teria um enlace amoroso com Pe. Leandro).
Não nos deixeis cair em tentação…
Entre o fim de 2018 e começo de 2019, a Diocese de Limeira foi marcada por uma série de denúncias de pedofilia, abusos sexual, desvios de recursos e extorsão financeira sobre padres. Na época, O Globo noticiou mais de uma dezena de casos de vítimas que relataram abusos e expôs a situação para todo o País.
O caso levou ao afastamento do padre Pedro Leandro Ricardo, acusado de assédio sexual de ex-coroinhas durante o período em que fora pároco na cidade de Araras-SP, na paróquia de São Francisco de Assis. O bispo da região, acusado por muitos de acobertar e até obter vantagens financeiras com isso, dom Vilson Dias de Oliveira, renunciou após ser investigado, inclusive pela polícia. Poucas semanas após a queda de dom Vilson, a Diocese de Limeira ainda afastou o padre Felipe de Moraes Negro da função de pároco da Paróquia Santa Isabel de Portugal. Neste caso, apenas por suspeita de desvio de verba.
… mas livrai-nos do mal
Leandro responde por “atentado violento ao pudor com abuso da autoridade”, contra quatro coroinhas.De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público e assinada pelo promotor Luiz Alberto Segalla Bevilacqua, o padre cometeu os crimes entre 2002 e 2005 na cidade de Araras, onde atuava na Paróquia São Francisco de Assis. Nesse processo, Diego figura como testemunha de defesa de Leandro.
“O padre Pedro Leandro Ricardo, responsável pela paróquia São Francisco de Assis, exercia autoridade moral e inegável influência sobre os membros de sua comunidade religiosa. Nesta qualidade, atraía crianças e adolescentes para a função de coroinha, com o propósito de satisfazer sua lascívia. Assim é que, prevalescendo-se de sua ascendência sobre as vítimas (temor reverencial), o denunciado, em diversas oportunidades, e com sucessão de vítimas, mediante violência e grave ameaça, praticou crimes (atos libidinosos) contra a dignidade sexual de quatro menores”, disse o promotor em seu despacho.
O processo criminal tramita no Foro de Araras, interior de São Paulo, e chegou à fase final, aguardando a pronúncia da sentença pelo juiz Dr. Rafael Pavan de Moraes Filgueira, a qual a sociedade espera ansiosamente que a Justiça seja feita!