Transtorno de Personalidade Borderline: como saber se tenho? Dá para viver com ele?
1 de outubro de 2021A psicóloga Rosangela Sampaio esclarece sobre o Transtorno de Personalidade Bordeline, seus sintomas, tratamentos e características, essa síndrome que afeta 10 entre 100 pacientes
Por Rosangela Sampaio
Podemos viver em constante evolução, aprendendo com nossos erros e ressignificando os acontecimentos de nossas vidas. Mas, ainda assim, somos humanos e podemos “explodir” momentaneamente de raiva, por algo que nos deixou triste, com ciúme exagerado, descontrole ou instabilidade emocional, medo de ser rejeitado, dentre tantos outros fatores.
Entretanto, temos que ficar atentos de que esses comportamentos não podem ser constantes, com uma intensidade que nos impeça de nos adaptarmos ao ambiente familiar, assim como o social.
Nesses casos, podemos estar diante de um quadro bastante complexo, instável e desorganizado, denominado Transtorno de Personalidade Borderline (TBP), que afeta a maneira como você pensa e sente sobre si mesmo e os outros, causando problemas no funcionamento da vida cotidiana.
Ele inclui problemas de auto-imagem, dificuldade em controlar emoções, além de comportamento e um padrão de relacionamentos instáveis.
De acordo com a Associção Americana de Psiquiatria (APA) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), 10% (ou seja, 10 de cada 100) dos pacientes que procuram tratamentos psiquiátricos ou psicólogico têm o Transtorno de Personalidade Borderline.
Como detectar o Borderline?
Com o Transtorno de Personalidade Borderline a pessoa apresenta um medo intenso de abandono ou instabilidade, o que pode gerar dificuldade em tolerar ficar sozinho.
No entanto, a raiva inadequada, a impulsividade e as frequentes mudanças de humor podem afastar os outros, mesmo que ela queira ter relacionamentos amorosos e duradouros.
O Transtorno de Personalidade Borderline geralmente começa no início da idade adulta. A condição parece piorar no jovem adulto e pode melhorar gradualmente com a idade.
Se você tem esse transtorno limítrofe, não desanime. Muitas pessoas com esse transtorno melhoram com o tempo, com o tratamento e podem aprender a ter uma vida satisfatória.
Vale ressaltar que essa síndrome afeta como você se sente sobre si mesmo, como você se relaciona com os outros e como se comporta.
O que os sinais e sintomas podem incluir?
- Um medo intenso de abandono, mesmo indo a medidas extremas para evitar a separação ou rejeição real ou imaginária;
- Um padrão de relacionamentos intensos instáveis, como idealizar alguém em um momento e, de repente, acreditar que a pessoa não se importa o suficiente ou é cruel;
- Mudanças rápidas na identidade e na autoimagem que incluem a variação de objetivos e valores, e se ver como mau ou como se nem existisse;
- Períodos de paranóia relacionados ao estresse e perda de contato com a realidade, durando de alguns minutos a algumas horas;
- Comportamento impulsivo e de risco, como jogos de azar, direção imprudente, sexo inseguro, farras de consumo, compulsão alimentar ou abuso de drogas, assim como sabotar o sucesso ao abandonar repentinamente um bom emprego ou encerrar um relacionamento positivo;
- Ameaças ou comportamento suicida ou automutilação, muitas vezes em resposta ao medo de separação ou rejeição;
- Grandes oscilações de humor, que duram de algumas horas a alguns dias, que podem incluir felicidade intensa, irritabilidade, vergonha ou ansiedade;
- Sentimentos contínuos de vazio;
- Raiva inadequada e intensa, como frequentemente perder a paciência, ser sarcástico, amargo ou ter brigas físicas.
As causas do Transtorno de Personalidade Borderline não são totalmente compreendidas, mas devemos considerar os fatores ambientais – como história de abuso infantil ou negligência, a genética, visto que alguns estudos com gêmeos e famílias sugerem que os Transtornos de Personalidade podem ser hereditários ou fortemente associados a outros transtornos de saúde mental entre os membros da família, além de anormalidades cerebrais, onde algumas pesquisas mostraram mudanças em certas áreas do cérebro envolvidas na regulação da emoção, impulsividade e agressão.
A psicoterapia é um meio de tratamento fundamental para o transtorno, ajudando a reeducar o paciente por meio de deveres e técnicas especificas.
O psicoterapeuta irá adaptar a melhor intervenção atender às necessidades do paciente.
No que a psicoterapia ajuda no Transtorno de Personalidade Borderline?
- Concentrar-se em sua capacidade atual de funcionar;
- Aprender a gerenciar emoções que parecem desconfortáveis;
- Treino em resolução de problemas;
- Reduzir a impulsividade, ajudando a observar os sentimentos ao invés de agir de acordo com eles;
- Trabalhar para melhorar os relacionamentos, estando ciente dos seus sentimentos e dos dos outros;
- Aprender a atender às suas necessidades de maneira saudável para promover padrões de vida positivos.
Rosangela Sampaio é psicóloga (CRP06/130574) especializada em Psicologia Clínica e Positiva, atua com mentorias para o público feminino no projeto “Mulheres em Flow, é coach de carreira, além de apresentadora do programa Mulheres em Flow.
Com sua experiência e know-how, desde o final de 2018 desbrava um novo universo, o literário, assinando o capítulo “O poder do autoamor”, da obra “Autoamor – Um caminho para regulação emocional e autoestima feminina”, além da coordenação editorial e coautoria dos livros “Sem Medo do Batom Vermelho”, onde aborda a rivalidade feminina, e “Mulheres Invisíveis”, sobre violência contra a mulher.
Também é colunista de portais expressivos e revistas nacionais, tentando quebrar o preconceito de que buscar ajuda seja “coisa de gente fraca”. Saiba mais em @rosangelasampaiooficial.
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