Olavo de Carvalho morreu de Covid

Olavo de Carvalho morreu de Covid

25 de janeiro de 2022 0 Por Redação Em Notícia

A informação foi passada pela filha do ‘guru’ bolsonarista, Heloísa de Carvalho

Filha de Olavo de Carvalho, embora rompida com o pai desde 2017, Heloisa de Carvalho afirmou que o pai foi mesmo vítima da Covid-19. Olavo, que resistia a se vacinar e chegou a dizer que a doença não existia, informou a alunos, há cerca de dez dias, ter sido contaminado com o vírus. Na nota de falecimento, publicada pela família nas rede sociais, o motivo da morte não foi informado. Ele tinha 74 anos e estava internado em Richmond, no Estado norte-americano da Virgínia.

Ao republicar a notícia da morte, Heloisa de Carvalho comentou: “Que Deus perdoe ele de todas as maldades que cometeu”.

Ela também criticou os que comemoraram a morte de seu pai. “Comemorar a morte de qualquer pessoa é assinar o atestado de total falta de humanidade. Deus tá vendo e eu também”, afirmou.

Apesar disso, Heloisa de Carvalho não deixou de crticar a postura de Olavo durante a pandemia. Segundo ela, no dia em que o pai disse que não havia mortes por Covid ocorrendo no mundo, ela perdeu uma amiga em razão da doença.

“No dia que o Olavo postou que não tinha uma morte por Covid, perdi uma querida amiga, que era viúva e deixou três crianças com menos de 10 anos órfãs. Olavo morreu de Covid, não tem como eu sentir grande tristeza pela morte dele, mas também não estou feliz. Sendo sincera comigo e meus sentimentos”, afirmou.

Ainda durante a madrugada, o presidente Jair Bolsonaro se manifestou sobre o falecimento do escritor. Segundo ele, Olavo de Carvalho foi um dos maiores pensadores da história do Brasil e teve atuação marcante na luta pela liberdade.

Quem foi Olavo de Carvalho?

O chamado ‘guru’ do movimento bolsonarista, se autodeclarava ‘filósofo’, quando sequer tenha lido qualquer dos pensadores clássicos ou modernos, tinha sim, ideologia preformatada no extremismo, sem qualquer viés filosófico, mas tão somente um discurso baseado em ódio contra quem não concordava com sua visão limitada e estigmatizada de mundo a quem rotulava como ‘comunistas’ ou ‘marxistas’.

Atuava como astrólogo e na década de 1980 tornou-se membro da Tariqa, ordem mística muçulmana liderada por Frithjof Schuon, com quem chegou a disputar o comando do grupo – sem sucesso. Carvalho se autodeclarou filósofo e passou a escrever artigos, cada vez mais voltados à extrema-direita, em jornais, muito conhecidos por ter fraca fundamentação e recheado de termos vulgares e chulos, disseminando ódio em seus escritos.

Em 2005, já cercado por oficiais de Justiça, radicou-se nos EUA de onde começou a ministrar cursos on-line, ampliando sua base de seguidores. Seu discurso de permanente guerra contra algo que chamava “marxismo cultural” se encaixou como luva no bolsonarismo, e ele era elogiado pelo presidente e por seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

Sua influência no início do governo era tanta que indicou dois ministros da Educação, Ricardo Vélez e Abraham Weintraub, além do ex-chanceler Ernesto Araújo. De temperamento beligerante, o escritor logo entrou em conflito com os militares e viu seus pupilos serem alijados do poder um por um. O último que ainda trabalha no Planalto, Filipe Martins, perdeu qualquer influência.

Alternava entre afagos e ataques a Bolsonaro, especialmente após a entrada do Centrão no governo. Também criava polêmicas com celebridades, o que lhe custou condenações na Justiça. Com a pandemia, tornou-se prolífico difusor de notícias falsas sobre a covid-19 e militante antivacina.

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