27 anos e 3 meses de prisão em regime inicial fechado! Este foi o veredicto para Bolsonaro
12 de setembro de 2025Sentença para o ex-presidente não gerou manifestações expressivas
A condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e 3 meses de prisão, proferida nesta quinta-feira (11), foi recebida com pouca repercussão pública e manifestações expressivas. Diferentemente de eventos anteriores marcados por forte polarização política, a notícia não gerou discursos de apoio no Congresso Nacional nem mobilizações significativas nas ruas de Brasília.
Parlamentares de esquerda, durante uma sessão na CPMI do INSS, aproveitaram o momento para tocar a música do plantão da Globo. Em contraste, apoiadores bolsonaristas permaneceram em silêncio, sem reações ou protestos, e o coro de “mito, mito”, frequentemente associado a manifestações de sua base eleitoral, não foi ouvido. Nas ruas de Brasília, o movimento foi descrito como esvaziado, com pouca adesão de militantes. Um pequeno grupo de apoiadores se reuniu em frente ao condomínio de Bolsonaro, onde uma carreata diária reuniu cerca de 50 pessoas em oração e com faixas pedindo seu retorno.
Especialistas, no entanto, ressaltam que a baixa mobilização popular imediata não significa o fim da influência política de Bolsonaro. Cientistas políticos e politólogos avaliam que, apesar da condenação e da prisão domiciliar, que prejudicam sua capacidade de comunicação e engajamento direto, o ex-presidente mantém uma “fatia fiel do eleitorado brasileiro”. A declaração de apoio de Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, em redes sociais, exemplifica essa permanência: “A história se encarregará de desmontar as narrativas e a justiça ainda prevalecerá. Força, presidente. Seguiremos ao seu lado!”
Rafael Cortez, cientista político e professor, pontua que a mobilização popular é um fenômeno complexo e difícil de orquestrar, lembrando que dezenas de milhares de pessoas já haviam ido às ruas em manifestações anteriores. Graziella Testa, doutora em ciência política, complementa que a condenação não representa o esvaziamento político de Bolsonaro, que liderou a oposição a Lula nos últimos cinco anos e construiu um eleitorado fiel na direita radical, tornando sua substituição um processo não simples.
Memes
Imagem criada por IA que circula pelas mídias sociais, em que mostra o ex-presidente condenado a 27 anos e 3 meses de prisão, Jair Messias Bolsonaro, em um ambiente semelhante ao que seria uma cela de prisão.
Em contrapartida, a internet foi inundada por memes com imagens geradas por inteligência artificial, obviamente, por opositores a Bolsonaro e ao bolsonarismo celebrando a condenação do ex-presidente, que deverá iniciar ainda neste ano o cumprimento de sua pena em regime fechado, possivelmente, em uma ala especial no Presídio da Papuda. A determinação do local de cumprimento da pena é do Juiz de Execuções Penais, entretanto, estima-se que o ministro do STF, Alexandre de Moraes, deverá ser quem emitirá o mandado de prisão, estabelecendo o local onde o ex-mandatário deverá cumprir a pena de prisão.
São três as possibilidades: o Presídio da Papuda, uma cela especial na Polícia Federal de Brasília, ou ainda a prisão domiciliar, dada a sua idade acima de 70 anos e estado de saúde delicado. Destarte, pelo histórico de ações de Alexandre de Moraes, é pouco provável que Bolsonaro não cumpra a pena na cadeia, ao menos por um período.
