Quem foi o Papa Leão XIII?

O cardeal Robert Francis Prevost foi eleito nesta quinta-feira (8) como o novo líder da Igreja Católica Romana, adotando o nome de Leão XIV. A escolha do nome remete a uma tradição papal significativa, sendo o último pontífice a utilizar o nome Leão Gioacchino Pecci, que se tornou Leão XIII em 1878.

A designação “Leão” foi historicamente adotada por mais de uma dezena de papas, com uma forte referência a São Leão Magno (Leão I), pontífice do século V. São Leão Magno é reverenciado por sua liderança espiritual, firme defesa da doutrina cristã, ações diplomáticas cruciais – notavelmente seu encontro com Átila, o Huno – e por ser reconhecido como Doutor da Igreja.

O nome Leão XIII foi escolhido em 20 de fevereiro de 1878 pelo italiano Gioacchino Pecci. Considerado um papa inovador, Leão XIII buscou conciliar a tradição da Igreja com os desafios do mundo moderno, especialmente nas esferas social, filosófica e diplomática. Seu extenso pontificado de mais de 25 anos é particularmente lembrado pela publicação da encíclica Rerum Novarum (1891), um marco inicial da Doutrina Social da Igreja que abordou a questão operária, os direitos dos trabalhadores e a justiça social.

Leão XIII também se destacou pela promoção do diálogo com o mundo moderno, incentivando o estudo das ciências e a abertura ao pensamento filosófico contemporâneo, com especial ênfase na valorização de Tomás de Aquino. Ele pragmaticamente aceitou a perda dos Estados Pontifícios, concentrando-se na autoridade espiritual e intelectual da Igreja. Adicionalmente, implementou reformas no sistema educacional católico, incentivando o estudo da filosofia tomista e reformando o ensino em seminários e universidades.

No âmbito das relações diplomáticas, Leão XIII trabalhou para restaurar e fortalecer os laços da Santa Sé com diversos países. Ele também ficou conhecido como o “Papa do Rosário” devido às doze encíclicas que escreveu sobre o tema, incentivando sua prática como um meio de fortalecer a fé.

A escolha do nome Leão XIV por Robert Francis Prevost sinaliza uma possível continuidade com o legado de papas anteriores que adotaram esse nome, evocando a firmeza doutrinária, o diálogo com o mundo contemporâneo e a atenção às questões sociais.