PF deflagra operação contra o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro em Jales/SP e em outras treze cidades de SP, MG e SC
28 de novembro de 2023 0 Por Redação Em NotíciaGrupo é suspeito de movimentar, somente nos últimos dois anos, mais de R$ 50 milhões relacionados ao tráfico de drogas
A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (28) a Operação Torre Eiffel, que tem como objetivo desarticular organização criminosa que atua no tráfico de drogas e lavagem de dinheiro em várias cidades do interior de SP, bem como em outras cidades de MG e SC.
Cerca de 200 policiais federais, com o apoio da Polícia Militar de SP, estão cumprindo 40 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão temporária e 11 mandados de prisão preventiva, expedidos pela Justiça Estadual de Santa Fé do Sul/SP, nas cidades de Jales, Santa Fé do Sul, Votuporanga, São José do Rio Preto, Monte Aprazível, Rio Claro, Piracicaba, Americana, Sumaré, Santa Bárbara D’Oeste e Guarujá, estado de São Paulo; Camboriú em Santa Catarina; e Catuti em Minas Gerais.
Durante as investigações, a PF identificou um grande esquema de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, que tinha como base o município de Santa Fé do Sul/SP, mas repercutia em outras cidades do interior paulista. Em Santa Fé do Sul, a Polícia Federal identificou pelo menos duas empresas suspeitas (um hotel e um centro de beleza estética) que foram adquiridas pelo líder do grupo para a lavagem de recursos provenientes do tráfico de drogas. A esposa dele figura como sócia no CNPJ dessas empresas, que tinham movimentação financeira atípica suspeita. Dois homens foram presos nesta cidade.
No município de Jales, as investigações demonstraram que o grupo tinha integrantes que “lavavam” os recursos financeiros ilícitos do tráfico em empresas de mototáxi e em um restaurante, além da prática de agiotagem e compra e venda de imóveis e veículos de luxo. Dois empresários foram presos. Em Votuporanga, a PF apreendeu veículos em uma revenda, que mantinha movimentação financeira com outro indivíduo que foi preso na cidade de Balneário Camboriú/SC, mas que administrava de lá vários pontos de vendas de drogas em Votuporanga/SP.
De acordo com as investigações, estima-se que somente nos últimos dois anos, o grupo movimentou mais de R$ 50 milhões em transações financeiras, mobiliárias e imobiliárias relacionadas ao tráfico de drogas utilizando contas de empresas adquiridas pelo líder do grupo bem como em contas de “laranjas” da organização criminosa na compra e venda de bens móveis e imóveis. Dentre as formas de “lavar” o dinheiro do tráfico de drogas, foram identificadas movimentações financeiras relacionadas a centros de beleza e estética, hotéis, concessionárias de revenda de veículos, empresas de mototáxis, açougue, supermercado, compra e venda de bens móveis, imóveis, entre eles uma cobertura no litoral, jet-skis, lanchas, joias, veículos de luxo e até mesmo o patrocínio de um time de futebol da região de Americana/SP.
As investigações também demonstraram a relação do líder do grupo com integrantes de facções criminosas. Entre os presos está a esposa do líder do grupo, que é advogada e acredita-se que ela utilizava a sua prerrogativa para atender aos interesses do marido e da organização criminosa principalmente relacionadas a alguns detentos vinculados ao grupo, que estão no sistema prisional paulista. Estas e outras informações serão aprofundadas com a continuidade das investigações.
Entre as buscas e apreensões autorizadas pela Justiça Estadual de Santa Fé do Sul/SP, estão sendo apreendidos diversos veículos de luxo, recursos financeiros em espécie, joias, embarcações, bloqueios de contas bancárias e sequestro de imóveis urbanos e rurais relacionadas aos investigados e empresas identificadas durante as investigações. A maioria das apreensões das drogas do grupo durante as investigações foram realizadas nas cidades de Votuporanga, e o principal entorpecente distribuído em pontos de vendas de drogas é cocaína.
Os presos responderão por vários crimes relacionados ao tráfico de drogas e lavagem de dinheiro com penas máximas culminadas de até 30 anos de reclusão. Os detidos serão conduzidos para unidades prisionais da região em que foram detidos. O material apreendido será levado até a sede da PF em Jales/SP, responsável pelas investigações, para serem analisados no interesse das investigações, que vão prosseguir objetivando identificar outros indivíduos envolvidos na organização criminosa.