Leucemia: Diagnóstico precoce ajuda a identificar problemas de saúde

Leucemia: Diagnóstico precoce ajuda a identificar problemas de saúde

2 de setembro de 2025 0 Por Redação Em Notícia

Especialista fala sobre a importância de realizar exames preventivos, que podem detectar enfermidades como a Leucemia Mieloide Crônica

Entre os anos de 2023 a 2025 o Brasil registrou 34.620 novos casos de leucemia, segundo dados do Radar do Câncer. A enfermidade de origem genética tem como principal característica o acúmulo de células doentes na medula óssea, que substituem as células saudáveis.

O levantamento mostrou que cerca de 15% dos pacientes tinham casos de Leucemia Mieloide Crônica (LMC); um câncer que progride devagar, afeta os glóbulos brancos responsáveis pela defesa do organismo e pode causar anemia, fadiga, infecções, dores nos ossos, perda de peso sem motivo aparente, suor noturno, sangramentos, outros problemas e muitas vezes é diagnosticado de forma casual, durante exames laboratoriais de rotina.

“Como nem todos os doentes apresentam sintomas, a enfermidade por vezes é descoberta com o exame de sangue de rotina. Ao identificar problemas potenciais, é possível tomar medidas preventivas que evitam o desenvolvimento de doenças mais graves”, explica o biomédico Alisson Luiz Silva, especialista em Banco de Sangue e membro do Conselho Regional de Biomedicina do Paraná 6ª Região (CRBM6).

Importância dos exames preventivos

Segundo o especialista, ao realizar a análise criteriosa do hemograma é possível observar alterações típicas – como a leucocitose (aumento dos glóbulos brancos) – mesmo na ausência de sintomas clínicos evidentes.

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E para alertar a população sobre a importância do diagnóstico precoce, existe o Dia Mundial da Leucemia Mieloide Crônica (22 de setembro). Embora não tenha cura, a LMC pode ser controlada com tratamento adequado, permitindo boa qualidade de vida aos pacientes.

Análise criteriosa

A analista clínica, doutora em Microbiologia e vice-presidente do CRBM6, Daiane Pereira Camacho, salienta que o biomédico é ‘peça-chave no diagnóstico’ da Leucemia Mieloide Crônica.

“Esse profissional detalha exames laboratoriais mais relevantes – que vão desde o hemograma – até os mais específicos, como o mielograma (que analisa diretamente a medula óssea), a citogenética e a biologia molecular; fundamentais para detectar o cromossomo Philadelphia, uma alteração genética presente em mais de 90% dos casos de LMC”, explica.

Tecnologia e agilidade

Já o uso da tecnologia é essencial no tratamento da LMC; tanto na detecção precoce, quanto no monitoramento da resposta ao tratamento e no ajuste da terapia. Exames como o hemograma, análise citogenética e testes moleculares (como o PCR quantitativo) são fundamentais para o diagnóstico e acompanhamento da enfermidade.

“Essa celeridade é vital. Isso permite que o tratamento seja iniciado mais rapidamente, ajustado com base em dados objetivos, confiáveis e de maneira personalizada”, ressalta Daiane.

Desafios na saúde pública

Apesar dos avanços científicos, o diagnóstico precoce da LMC no Brasil ainda enfrenta obstáculos. A falta de acesso a exames especializados, a ausência de programas públicos específicos de rastreamento e as desigualdades no sistema de saúde dificultam a identificação da doença nos estágios iniciais.

“A realização de exames laboratoriais de rotina é a estratégia mais eficaz para aumentar as chances de detecção precoce. Quanto antes houver a identificação da doença, mais tempo haverá para realizar os tratamentos, preservar a qualidade de vida e a independência do paciente”, complementa a vice-presidente do CRBM6, Daiane Pereira Camacho.

Sobre o CRBM6

O Conselho Regional de Biomedicina do Paraná 6ª Região (CRBM6) é uma Autarquia Federal com jurisdição no Estado do Paraná.

A entidade tem cerca de 5,9 mil profissionais registrados. A sede fica em Curitiba e as delegacias regionais estão localizadas nos municípios de Campo Mourão, Cascavel, Foz do Iguaçu, Londrina, Maringá, União da Vitória, Guarapuava, Umuarama, Guaíra e Ponta Grossa.

Os biomédicos atuam em mais de 30 atividades ligadas à saúde tais como acupuntura, análises clínica e ambiental, bromatológicas [avalia a qualidade dos alimentos], auditoria, banco de sangue, biofísica, biologia molecular, bioquímica, citologia oncótica, embriologia, estética, farmacologia, fisiologia, genética, hematologia, histologia, imunologia, imagenologia, informática da saúde, microbiologia, microbiologia de alimentos, monitoramento neurofisiológico transoperatório, parasitologia, patologia, perfusão, psicobiologia, radiologia, reprodução humana, sanitarista, saúde pública, toxicologia, virologia e outras áreas.

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