FMI: inteligência artificial afetará 40% dos empregos em todo o mundo
15 de janeiro de 2024Dados são divulgados antes da reunião do G20, que começa hoje
De acordo com a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, o desenvolvimento da inteligência artificial (IA) terá consequências significativas para o mercado de trabalho global. Segundo ela, 40% dos empregos em todo o mundo serão afetados pela IA, especialmente nas economias avançadas. Em entrevista à agência de notícias France-Presse (AFP), Georgieva ressaltou que, nas economias avançadas e em alguns países emergentes, esse número pode chegar a 60%.
Os impactos da IA não são necessariamente negativos, de acordo com Georgieva. Ela destacou que a tecnologia também pode resultar em aumento dos rendimentos. No entanto, um relatório divulgado pelo FMI antes das reuniões do Fórum Econômico Mundial em Davos alerta para o agravamento das desigualdades salariais. A classe média pode ser prejudicada, enquanto os trabalhadores com rendimentos já elevados podem ver seus salários aumentarem mais do que a proporção dos ganhos de produtividade proporcionados pela IA.
Georgieva enfatizou a importância de ajudar os trabalhadores afetados pela IA e compartilhar os ganhos de produtividade. O relatório também destaca que Singapura, Estados Unidos e Canadá estão melhor preparados para a integração da IA até o momento. No entanto, a diretora-geral do FMI ressaltou a necessidade de concentrar esforços nos países de rendimento mais baixo, expressando preocupação com o risco de abandono escolar nessas regiões.
Em um contexto de abrandamento do ritmo de crescimento global, Georgieva ressaltou a urgência de encontrar elementos capazes de aumentar a produtividade. Ela observou que a IA pode ser assustadora, mas também representa uma grande oportunidade para todos.