Falta global de 44 milhões de professores coloca educação em xeque
7 de novembro de 2025Estimativa da UNESCO aponta urgência para reforçar ensino e ampliar suporte humano
Um novo relatório da UNESCO e da International Taskforce on Teachers for Education 2030 revela que o mundo precisará recrutar cerca de 44 milhões de professores de ensino primário e secundário até 2030 para garantir o direito à educação básica. A estimativa, divulgada durante o World Summit on Teachers, acende um alerta sobre a necessidade urgente de fortalecer carreiras docentes e criar ecossistemas de suporte ao aprendizado.
O estudo aponta que o déficit não é apenas quantitativo, mas também qualitativo: baixos salários, sobrecarga de trabalho, falta de reconhecimento e evasão de jovens profissionais vêm esvaziando a profissão em vários países. “Estamos pedindo o impossível aos professores: que construam o futuro sem as condições, ferramentas e confiança necessárias”, afirmou Amina Mohammed, vice-secretária-geral da ONU, no evento realizado no Chile.
Nos países de renda média e alta, o desafio decorre da combinação entre aposentadorias em massa e baixa atratividade da carreira. Em regiões de menor renda, a barreira é financeira, só a Ásia Meridional e a África Subsaariana precisarão, juntas, de US$ 60 bilhões em investimentos adicionais para formar e reter educadores.
No Brasil, embora o número global não se aplique diretamente, o impacto se reflete no cotidiano das escolas. A sobrecarga dos professores e o aumento das turmas ampliam a necessidade de apoio personalizado aos alunos, especialmente no ensino fundamental e médio. Nesse contexto, plataformas de tutoria online têm atuado como soluções complementares que ajudam a descentralizar o ensino e ampliar o alcance do acompanhamento individualizado.
Criado em 2016, o TutorMundi é uma das iniciativas que têm contribuído para esse cenário. A plataforma reúne plantões de dúvidas, aulas particulares e orientação de estudos em um só ambiente, combinando inteligência artificial e tutoria humana para garantir atendimento ágil e personalizado. Em 2025, ultrapassou 1 milhão de monitorias e meio milhão de aulas particulares, consolidando-se como uma das principais redes de apoio educacional da América Latina.
“A escassez de professores realça a importância de mecanismos que ampliem o suporte ao aluno, não para substituir o professor, mas para reforçar o vínculo e a personalização”, afirma Rapha Coe, CEO do TutorMundi.
Além de atender estudantes, o TutorMundi amplia oportunidades de trabalho para tutores, com renda complementar e prática pedagógica contínua, o que ajuda a reduzir evasão de novos profissionais da atividade docente. Isso não equivale a formação ou certificação formal.
Para os próximos anos, especialistas defendem uma ação em duas frentes: valorização e retenção de professores, com investimento em carreira e bem-estar, e o desenvolvimento de redes tecnológicas e humanas que multipliquem o alcance da educação. Sem isso, o risco é agravar as desigualdades de aprendizado entre escolas e regiões.
