Ex-diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques presta depoimento à PF em Brasília
11 de agosto de 2023O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, depôs nesta quinta-feira (10) perante a Polícia Federal (PF), em Brasília. Conduzido por uma viatura da própria PF, Vasques chegou à sede da corporação, localizada na região central da capital, por volta das 14h.
Vasques, servidor de longa data da PRF desde 1995, foi preso preventivamente na quarta-feira (9) no âmbito da Operação Constituição Cidadã, liderada pela PF. Ele é suspeito de ter conspirado com outros agentes públicos para interferir no processo eleitoral durante o segundo turno das eleições presidenciais de 2022.
Segundo informações da PF, enquanto ocupava o cargo de diretor-geral da PRF, Vasques teria autorizado a realização de bloqueios rodoviários em estradas do Nordeste, com o intuito de dificultar o fluxo de eleitores nas regiões onde pesquisas indicavam uma liderança do então candidato presidencial Luiz Inácio Lula da Silva.
Após sua prisão em Florianópolis na quarta-feira (9), Vasques teve seus telefones celulares, computadores e passaporte apreendidos. Transferido para Brasília em uma aeronave da PF, ele passou a noite sob custódia na superintendência da corporação, localizada a cerca de 10 quilômetros do prédio onde está sendo interrogado.
A detenção resultou em uma solicitação do subprocurador-geral do Ministério Público, Lucas Rocha Furtado, ao Tribunal de Contas da União (TCU) para que seja avaliada a legalidade da aposentadoria concedida a Vasques. Furtado alega haver indícios de irregularidades na concessão do benefício, uma vez que a legislação estabelece que um servidor em processo disciplinar só pode ser demitido ou aposentado voluntariamente após a conclusão do processo e o cumprimento das penalidades.
Vasques enfrenta três processos administrativos relacionados à suposta interferência no segundo turno das eleições de 2022, além de estar sob investigação criminal perante o Supremo Tribunal Federal (STF), fundamentando a ação da Operação Constituição Cidadã.
Durante seu depoimento, Vasques teve um mal-estar devido a uma variação de pressão alta, sendo prontamente atendido por bombeiros. Após se recuperar, ele retomou o interrogatório.
O ex-diretor da PRF, em sua oitiva, afirmou que as blitzes realizadas durante o segundo turno das eleições de 2022 não tinham como objetivo impedir que eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva votassem, mas sim evitar a compra de votos.
Vale ressaltar que a defesa de Vasques nega veementemente qualquer envolvimento na tentativa de interferência nos resultados eleitorais, sustentando que os bloqueios nas estradas do Nordeste, em pleno dia das eleições, seguiram critérios estritamente técnicos e operacionais.
Os desdobramentos desse caso emblemático prometem trazer repercussões significativas no cenário político e jurídico do país. Estejamos atentos à evolução do processo, que trará à luz a verdade dos acontecimentos durante as eleições presidenciais de 2022.