Dólar tem queda e beneficia valorização do real, mesmo frente aos riscos de recessão global
23 de abril de 2025
O dólar à vista encerrou o pregão anterior cotado a R$ 5,7272, refletindo a forte desvalorização frente a moedas de países emergentes. O movimento foi impulsionado pela aversão a ativos norte-americanos e pela recuperação do petróleo, beneficiando o real, além da atratividade da taxa Selic elevada (14,25% a.a.), mesmo que por capital especulativo.
No cenário doméstico, o vice-presidente Geraldo Alckmin anunciou uma nova política tarifária com foco na reindustrialização, prevendo corte de impostos sobre itens que não são fabricados no Brasil para estimular importações estratégicas. Já o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, destacou a inflação ainda elevada e as incertezas sobre a política econômica dos EUA.
Nos EUA, há expectativa de pressão inflacionária decorrente das tarifas, exigindo firmeza do Fed para manter as metas de inflação. O mercado reagiu à possibilidade levantada por Donald Trump de substituir Jerome Powell, o que levantou preocupações sobre a autonomia do Fed.
Segundo o FMI, o risco de recessão global em 2025 subiu de 17% para 30% em função da guerra comercial. A Casa Branca sinalizou um possível acordo com a China, mas sem definições claras até o momento.
Agenda do dia:
Zona do Euro: PMIs de abril, Balança Comercial e produção da construção (fev), discurso de Lane (BCE).
EUA: Reuniões do FMI, discursos do Fed, PMIs, vendas de casas novas (mar) e Livro Bege.
Brasil: Fluxo Cambial Estrangeiro (14h30).
