Brasília tem protesto de apoio ao Presidente esvaziado
7 de setembro de 2021O que se viu na solenidade de hasteamento da Bandeira nesse 7 de setembro em Brasília foi um governo esvaziado de líderes e de povo
Jair Bolsonaro (sem partido) tem usado seus canais de comunicação há pelo menos 2 meses para chamar a participação popular para dar apoio ao seu governo e também às pautas autoritárias e antidemocráticas para esse feriado nacional da Independência. Entretanto, o que ficou demonstrado em Brasília foi a figura de um líder que não lidera!
Bolsonaro, ao contrário do que desejava, não viu nenhuma força insurgente, não viu apoio massivo do povo, e não teve apoio político nem mesmo entre os seus políticos de base. Juntamente ao Presidente, estavam o Vice-Presidente Hamilton Mourão, os ministros Braga Netto (Defesa), Augusto Heleno (GSI), Anderson Torres (Justiça), Onyx Lorenzoni (Trabalho), Paulo Guedes (Economia), Flávia Arruda (Secretaria de governo), João Roma (Cidadania), Tereza Cristina (Agricultura), Ciro Nogueira (Casa Civil), Fábio Faria (Comunicações), Bruno Bianco (AGU), Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos), Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), Milton Ribeiro (Educação), Joaquim Leite (Meio Ambiente), Bento Albuquerque (Minas e Energia) e Gilson Machado Neto (Turismo). Além da chamada “ala ideológica”, também estavam presentes o senador Marcos Rogério (membro da CPI da Covid que teve seu assessor preso por tráfico de cocaína), o deputado Ricardo Barros (investigado da CPI da Covid por irregularidades nas compras de vacinas) e o filho do Presidente Eduardo Bolsonaro. Sentiu-se a ausência dos presidentes da Câmara Deputado Arthur Lira e do Senado Senador Rodrigo Pacheco, aliados do Presidente. Como se esperava, o Presidente do STF Luís Fux também não esteve presente.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, defendeu em rede social na manhã desta terça-feira (7) a “a absoluta defesa do Estado Democrático de Direito”.
“Ao tempo em que se celebra o Dia da Independência, expressão forte da liberdade nacional, não deixemos de compreender a nossa mais evidente dependência de algo que deve unir o Brasil: a absoluta defesa do Estado Democrático de Direito”.
— Presidente do Senado Rodrigo Pacheco.
O que se assistiu foi a tentativa de se personificar a data cívica à figura de Bolsonaro em uma clara tentativa desesperada de demonstrar-se apoio popular e força política. Contudo, o que se pode constatar foi a desidratação do Presidente que, segundo pesquisa publicada hoje pelo Instituto Atlas, conta com alto índice de rejeição. Bolsonaro tem 64% de desaprovação, já aqueles que consideram o governo Bolsonaro como ótimo ou bom é de 24%, aqueles que não consideram nem bom e nem ruim (regular) somam 14%, não souberam responder são 1%.
- REJEIÇÃO
- APROVAÇÃO
- INDEFINIDO
- NÃO SABE
“A tendência continua sendo de deterioração. No entanto, há um núcleo-duro do bolsonarismo que continua muito resiliente, e essa tendência de erosão será cada vez mais lenta”, avalia o cientista político Andrei Roman, CEO do Atlas Intel.
O Instituto Atlas coletou respostas de 3.146 pessoas por meio de questionário on-line, entre 30 de agosto e 4 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.