“As palavras são um pretexto. É o vínculo interior que atrai uma pessoa a outra, não suas palavras. ” (Rumi)

“As palavras são um pretexto. É o vínculo interior que atrai uma pessoa a outra, não suas palavras. ” (Rumi)

24 de fevereiro de 2022 0 Por

_ “Você acredita em energia? ”, perguntei a uma amiga que acabara de me contar um sonho, que havia tido comigo. Mal sabia ela o quanto seu sonho lhe tinha mostrado o retrato de uma realidade.

Em algum momento antes, minha colega captou através de minhas vibrações o que eu estava vivenciando e sonhou comigo, mesmo sem ter qualquer noção de que aquelas coisas estavam realmente acontecendo. Sem trocarmos uma palavra, ela pôde “assistir” o que eu estava vivendo.

Não apenas através de sonhos o nosso inconsciente fala com o nosso consciente. Sonhos, intuição e sexto sentido são ferramentas fenomenais, que temos à disposição o tempo todo em nossas vidas, mas que infelizmente, não são muitos que dão a esses a importância que deveriam dar. Uma vez que compreendemos o poder que têm, passamos a usá-los de maneira positiva e poderosa.

Somos energia, vibramos um nível de energia. E por isso mesmo nos sentimos conectados ou não com pessoas que se aproximam, imediatamente. Nossas energias se identificam ou se repelem. Alguns dizem: “meu santo não bateu com o dele”. E é uma forma de interpretação, popular, simples e válida.

Existem pessoas que nos apaixonamos por elas, “logo de cara”. Por vezes, basta um olhar, um sorriso, um gesto, ou simplesmente uma presença. Parece não ter explicação. E o contrário também acontece. Tem pessoas que repelimos de imediato, quando sentimos sua energia.

E essa afinidade imediata não se trata de amor à primeira vista, de paixões desenfreadas, mas de amor e reconhecimento de almas que se encontram no mesmo nível de conhecimento e amor. Um reencontro de almas, que podem se tornar amigas ou mais do que isso.

Nunca me esqueci, por exemplo, das entrevistas de trabalho que fiz para os meus dois últimos trabalhos. Naqueles momentos, eu tive a plena certeza de que eu seria a pessoa escolhida, tamanha afinidade que senti com os futuros chefes de imediato. A reciprocidade também é algo palpável, quando se trata de mesmo nível de energia e vibração. Por vezes, palavras são desnecessárias, por que a afinidade simplesmente é sentida no ar.

Fato é que vivemos numa sociedade, onde a maioria das pessoas fala demais, tenta provar suas opiniões, caráter e competências através de muito blá blá blá, quando na prática, o que convence de verdade é o que a pessoa é, o que ela emana. E no dia-a-dia, o que ela faz. E não o que ela fala.
Falar é fácil. “Ser” são outros quinhentos.

Já ouviu o ditado: “Fale menos, faça mais! ”? É isso. Com a maturidade, nos tornamos mais capazes de compreender o quanto as palavras são desnecessárias, uma vez que as almas falam por si. Felizmente, maturidade e segurança nos permitem falar cada vez menos, fazer cada vez mais, sem a necessidade de provar nada para ninguém.

Falar é bom e eu gosto, mas o silêncio acaba por nos oferecer muito mais, quando se trata de conhecer o próximo e a si mesmo. É através do sentir com a alma que enxergamos de verdade quem somos e quem o outro é.

Palavras enganam. O silêncio ensina.
E ainda segundo Rumi:

“O silêncio é a linguagem de Deus, todo o resto é má tradução. ”

Carolina Vila Nova

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