Deputada evangélica Flordelis – que matou o marido e mantinha casos com os filhos – tem pedido de cassação defendido por relator
1 de junho de 2021Conselho de Ética da Câmara dos Deputados deve votar relatório na próxima semana
Após a votação do relatório, o Plenário deverá referendar a decisão confirmando a cassação da deputada ou a rejeição, que salvará o mandato de Flordelis
O relator do processo da deputada Flordelis (PSD-RJ) no Conselho de Ética da Câmara, Alexandre Leite (DEM-SP), leu nesta terça-feira (1º) parecer no qual pediu a cassação do mandato da parlamentar.
Com a leitura, caberá ao conselho votar o parecer, o que deve acontecer somente na próxima semana. Se o conselho acompanhar o voto de Alexandre de Leite, o processo seguirá para o plenário da Câmara, ao qual cabe a palavra final sobre o tema. Flordelis pode recorrer à Comissão de Constituição e Justiça.
Flordelis é ré na Justiça, acusada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro de ter sido a mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019.
Desde o começo das investigações, a deputada nega ter mandado matar o marido. Em depoimento ao Conselho de Ética em 13 de maio, Flordelis voltou a negar o crime e disse que se tornou “pária” na Câmara dos Deputados desde que foi denunciada.
A parlamentar responde por homicídio triplamente qualificado – “motivo torpe, emprego de meio cruel e de recurso que impossibilitou a defesa da vítima” –, tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada.
A parlamentar não pode ser presa por causa da imunidade parlamentar, por meio da qual somente flagrantes de crimes inafiançáveis são passíveis de prisão. Desde setembro, Flordelis tem sido monitorada por tornozeleira eletrônica.
A conclusão da leitura do relatório aconteceu por volta das 17h50. No entanto, a íntegra do parecer foi disponibilizado no sistema da Câmara assim que Leite iniciou a leitura.
Segundo o Código do Conselho de Ética, o voto do relator deve permanecer lacrado até o dia da leitura em reunião pública, e os membros do conselho não têm acesso antes.