Arquitetos comentam principais tendência do setor para 2024
20 de fevereiro de 2024São Paulo 20/2/2024 –
Projetos com uma proposta sustentável, seja no uso de materiais ou na prática construtiva, automatização de ambientes, cores vibrantes e materiais naturais estão entre as abordagens apontadas pelos profissionais.
A decoração de interiores é um campo dinâmico e em constante evolução, refletindo as mudanças culturais, sociais e tecnológicas da sociedade. Para 2024, especialistas destacam algumas tendências e estilos que devem emergir para a criação de espaços e projetos que levam em conta, principalmente, ambientes mais acolhedores, sustentáveis e personalizados.
Globalmente, a indústria de design de interiores deverá crescer de US$ 131,20 bilhões em 2023 para US$ 168,49 bilhões até 2028, de acordo com informações da Mordor Intelligence. A análise ainda destaca que houve um aumento significativo na demanda desse mercado ocasionada pela pandemia, período em que a atitude das pessoas em relação às suas casas mudou significativamente, afetando todo o mercado de design de interiores.
Essa mudança de comportamento também foi observada pelos comerciantes de itens residenciais. De acordo com informações da Associação Brasileira de Artigos para Casa, Decoração, Presentes, Utilidades Domésticas, Festas, Flores e Têxtil (ABCasa), o setor de artigos para casa movimentou R$ 96,3 bilhões na economia brasileira em 2022.
Para explicar as abordagens que serão utilizadas pelo setor em 2024, arquitetos comentam e apontam as aplicações das principais tendências.
Sustentabilidade
A sustentabilidade continua a ser uma força motriz na decoração, com uma ênfase crescente no uso de materiais eco-friendly, reutilização e upcycling. De acordo com a arquiteta Ticiane Lima, “o interesse por materiais ecológicos e sustentáveis está crescendo globalmente e essa tendência também é relevante no Brasil, onde a conscientização ambiental está aumentando. Isso pode se traduzir em escolhas de materiais mais sustentáveis e práticas de construção”, afirma.
A opinião também é compartilhada pela arquiteta Fernanda Marques, que complementa com a utilização de energia renovável. “Otimizar a ventilação e a iluminação natural através do desenho arquitetônico, bem como utilizar materiais sustentáveis. A arquitetura será cada vez mais permeada pela sustentabilidade, tecnologia, bem-estar, adaptabilidade e inclusão”, assegura.
Para os arquitetos Eleonora Veschi, Beatriz Pereira Almeida e Luiz Henrique Lourenço, sócios do Estúdio Pluri, “de fato, espera-se que a arquitetura, interiores e design continuem evoluindo em direção a abordagens mais sustentáveis e tecnologicamente integradas. Materiais inovadores e práticas ecoconscientes serão proeminentes, refletindo a crescente preocupação com o meio ambiente”, ressaltam.
A arquitetura sustentável também é uma aposta das arquitetas Amanda Castro e Giovana Giosa, que comandam o Studio AG: “Um exemplo é o projeto que Marcelo Rosenbaum desenvolveu com uma grande marca de revestimentos. Eles criaram um novo produto a partir de conchas de sururu, molusco patrimônio imaterial de Alagoas”.
Cores, texturas e estilos
Em termos de estilos, observa-se uma fusão de elementos contemporâneos com influências culturais diversas, cores ousadas e padrões vibrantes são cada vez mais explorados, adicionando uma dose de energia e vitalidade aos espaços.
À frente da Neobambu, Francine Ferrari, que há quase 20 anos oferece pisos e revestimentos em bambu, revela um novo olhar do consumidor para a madeira escurecida, por exemplo. “Por muito tempo houve a demanda por padrões mais claros, muito em função de tendências advindas do minimalismo. O que nos vem chamando a atenção é que nos últimos meses estamos recebendo muitos pedidos e projetos com escolhas mais escuras,” afirma a empresária.
Para Fabiana Camanho, da Camanho Arquitetura, a presença da natureza também estará nos materiais. “Seguindo a tendência da biofilia, os elementos naturais também estarão presentes nos projetos através do uso da madeira e do porcelanato amadeirado, por exemplo”, afirma.
Quiet Luxury
Outra aposta para 2024 está no fortalecimento do chamado quiet luxury. “É um conceito que engloba espaços atemporais, harmônicos, que trazem uma sofisticação sutil e delicada”, revelam Karen Felix e Maira Rossi, sócias do escritório archi.lab.
O movimento mais fluido e orgânico também segue sendo uma aposta de alguns arquitetos. Para os sócios do Estúdio Pluri, a presença de linhas orgânicas, não apenas nos mobiliários, mas também na arquitetura e marcenaria, criam formas suaves e fluidas.
Já para Karen Felix e Maira Rossi, do escritório archi.lab, “as curvas continuarão em alta, seja no mobiliário ou em projetos, com o uso do vidro em formatos e cores variadas, da madeira natural, com seus veios aparentes e “imperfeições”, trazendo identidade e calor para os ambientes”, destacam.
Ambientes tecnológicos
Entre as apostas para a arquitetura e decoração em 2024, não poderia faltar a tecnologia. De acordo com Ticiane Lima, “a automação residencial e a integração de tecnologias inteligentes em residências e edifícios comerciais continuarão a crescer. Isso inclui sistemas de segurança, controle de iluminação e automação de tarefas domésticas”.
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