Mesmo em crise empresas não deixaram de investir em ciência de dados
26 de outubro de 2021A cada ano surgem novas tendências de Data Science com a promessa de revolucionar o mercado, prometendo acuracidade nos dados e eficiência nos processos
A análise de dados possibilita às empresas se manterem competitivas em um cenário de baixo crescimento das economias do mundo.
A pandemia do novo coronavírus jogou o mundo em uma recessão só vista depois da Segunda Guerra Mundial, conforme atestou o Banco Mundial ainda no ano passado, na pior fase da crise sanitária que assolou o planeta. Mas, mesmo em um cenário de pessimismo, em que se costuma frear investimentos, um setor parece estar resistindo à recessão: o da ciência de dados.
Segundo o relatório State of Data Science 2021 (em inglês), que analisou os investimentos no setor por meio de entrevistas, pelo menos 50% das empresas que participaram da análise aumentaram ou pelo menos mantiveram seus investimentos em ciência de dados durante a pandemia. O último relatório da International Data Corporation (IDC), empresa que realiza pesquisa de mercado na área digital, mostrou que os investimentos globais em Big Data e Análise de dados alcançaram US$ 215,7 bilhões em 2021, com aumento de 10,1% em relação ao ano de 2020. No Brasil, a estimativa de crescimento de investimentos nessa área em 2021, segundo a IDC, beirava os 7%.
E esses investimentos têm um porquê bem definido: a análise de dados possibilita às empresas se manterem competitivas em um cenário de baixo crescimento das economias do mundo e do Brasil. Com mais de 20 anos de experiência em Tecnologia da Informação, o especialista no uso de Ciência de Dados Odilon Herculano Soares Filho, informa que nos últimos cinco anos empresas de múltiplos segmentos vêm adotando tecnologias de análise de dados para auxiliar no processo de tomada de decisão. “A cada ano surgem novas tendências de Data Science com a promessa de revolucionar o mercado, prometendo acuracidade nos dados e eficiência nos processos”, diz.
Ele explica que o fenômeno é impulsionado pelos baixos custos de armazenamento e pela exponencial melhoria de infraestrutura para ciência de dados e para capturar e processar informações em grandes quantidades. “Isso tem feito as empresas perceberem que analisar dados pode ser uma estratégia extremamente lucrativa”, acrescenta.
Segundo especialista, benefícios compensam o investimento
O maior exemplo do lucro verificado por quem investiu em data base para incrementar os negócios ocorreu justamente nestes quase dois anos de pandemia do novo coronavírus, comenta Odilon. O deslocamento das pessoas como medida para contenção da doença acabaram resultando no aumento das compras on-line, conforme atestou pesquisa realizada por uma empresa britânica com consumidores brasileiros. “Isso acelerou muitos investimentos em Data Science para que as empresas pudessem rapidamente reagir às demandas do mercado frente aos problemas da nova realidade”, analisa.
Mais do que não perder mercado em tempos de crise, o investimento em ciência de dados possibilita retornos para a empresa que nem mesmo quando o mundo experimentava uma maior estabilidade econômica seriam possíveis. Algumas das principais vantagens, segundo consultoria em transformação digital, são a redução de riscos de fraudes nas operações realizadas pelas empresas, potencialização das vendas (a exemplo das plataformas de automação do marketing das marcas) e melhor conhecimento do comportamento e experiência dos clientes.