Livro traça um panorama sombrio entre docência e saúde mental
25 de agosto de 2021O abandono dos governos e a falta de perspectivas profissionais, somados aos baixos salários, têm levado professores de todo o país a adoecerem em decorrência de sérios problemas relacionados à saúde mental.
O ensino público brasileiro sofre com má gestão, falta de infraestrutura básica e de verbas públicas. É uma realidade que há tempos faz parte do cotidiano de escolas em todo o Brasil. Os professores, que estão na linha de frente dessa batalha contra o sucateamento e o descaso público com a escola, sentem os efeitos do abandono na própria pele.
Os efeitos mais evidentes do descaso dos governos sobre o corpo docente nas escolas públicas são a falta de professores, o que sobrecarrega outros professores afetando a qualidade do ensino; falta de material básico como giz, quadros negros adequados, computadores e mobiliário em péssimo estado de conservação. Mas os professores também sofrem com efeitos não tão visíveis e, ainda assim, mais devastadores, que dizem respeito a aspectos referentes à saúde mental.
A falta de incentivos e o aparente abandono contribuíram para descaracterizar a função social da escola, desvalorizar seus profissionais e fazer despencar a qualidade do ensino formal. Esses problemas em consonância com turmas com cada vez mais alunos, que muitas vezes desrespeitam seus professores, também contribuiu para instaurar o pessimismo, a depressão e a falta de perspectiva na classe docente, levando-a a uma epidemia de problemas mentais.
É diante desse quadro que surgiu o livro “A dignidade ultrajada: ser professor do ensino público nos dias atuais”, da professora e psicopedagoga Katia Simone Benedetti. A obra é um trabalho que nasceu da experiência docente da autora durante os últimos doze anos. De um lado, a prática diária em sala de aula e, de outro, a vivência nos meios acadêmicos educacionais levaram à constatação, segundo Benedetti, de que “existem duas realidades muito distintas e distantes uma da outra no nosso país”.
De acordo com a autora: “A pior constatação foi a de que muitos dos profissionais ’teóricos’, que deveriam lutar pela melhoria das condições do ensino brasileiro, fingem-se de sonsos por comodismo ou por incompetência”. Isso tudo, por sua vez, levou a autora a um estado insustentável de inconformismo que culminou com o episódio de sua admissão e demissão (voluntária), como psicopedagoga, do setor de apoio psicopedagógico da rede municipal de ensino de sua cidade.
A obra traz, ainda, sugestões para que, por meio de políticas públicas sérias e fundamentadas em estudos científicos do comportamento humano, as condições de trabalho dos profissionais da área educacional e a qualidade do ensino público possam modificar-se positivamente, de maneira que as escolas sejam exemplos de qualidade e que permitam aos professores e alunos trabalhar sem ter, diariamente, sua dignidade ultrajada.
O livro, segundo a Katia Benedetti, “é um manifesto em defesa dos bons professores e da profissão docente. Ele discute os principais problemas enfrentados pelos professores e pelas escolas públicas à luz da Psicologia Evolutiva e Antropologia Darwinista, duas abordagens teórico-comportamentais praticamente desconhecidas no meio educacional brasileiro”.
Para mais informações sobre o livro, basta acessar a página: https://www.lojabarralivros.com/a-dignidade-ultrajada-ser-professor-do-ensino-publico-nos-dias-atuais
Website: http://www.barralivros.com/