Na pandemia, países com vacinação avançada são principais opções para brasileiros que querem estudar fora, indica levantamento

Na pandemia, países com vacinação avançada são principais opções para brasileiros que querem estudar fora, indica levantamento

29 de junho de 2021 0 Por Redação Em Notícia

Curitiba, PR 29/6/2021 – “O visto pós-estudos é uma oportunidade valiosa, mas deve ser encarado com muito pé no chão e responsabilidade”, afirma Leonardo Trench, Diretor da gradeUP.

Desemprego, incerteza econômica e política e a lentidão do acesso à vacina contra a COVID-19 criaram um grande interesse por oportunidades fora do Brasil. E com o país enfrentando os efeitos devastadores da pandemia, essa tendência não dá sinais de que vá desacelerar tão cedo.

Muitas pessoas que procuram a opção de estudos no exterior estão também em busca de um outro objetivo: emigrar. Em 2019, o número de pessoas que deixaram o Brasil em definitivo aumentou 125% em relação a 2013, segundo dados da Receita Federal. 

Com o país enfrentando os efeitos devastadores da pandemia, essa tendência não dá sinais de que vá desacelerar tão cedo. Desemprego, incerteza econômica e política e a lentidão do acesso à vacina contra a COVID-19 incentivam cada vez mais jovens a deixarem o Brasil, segundo o “Atlas das Juventudes e de Novos Estudos” publicado pela FGV Social em junho desse ano. Essa combinação de fatores também tem sido determinante na escolha de destinos para estudar fora com Estados Unidos, Reino Unido e Canadá, países que já anunciaram a abertura das fronteiras para estudantes internacionais – liderando a procura, segundo levantamento da Assessoria Educacional Internacional gradeUP, realizado entre os meses de abril, maio e junho com alunos que procuraram os serviços da empresa. 

A vacina

Com filhos em casa há mais de um ano, por conta da pandemia, muitos pais começaram a buscar alternativas de estudo presencial mais seguras fora do Brasil. Seja a opção do high school privado ou mesmo a graduação, o principal desejo é que os jovens se estabeleçam em países nos quais a vacinação já está mais avançada e que estejam com os processos de visto normalizados, caso dos Estados Unidos e Reino Unido, ambos com mais de 60% da população total imunizada. 

A pandemia também acabou sendo um incentivo para profissionais que já pensavam em fazer uma pós-graduação no exterior e que agora buscam através dos estudos um caminho seguro para opções além do Brasil. 

Estudar no exterior abre as portas para fora do Brasil? 

Estudar fora pode ser sim o primeiro passo para estabelecer a vida em um outro país, porém, não é um caminho nada fácil. “Além de competência técnica, soft skills, perseverança e resiliência, conseguir um emprego fora do país conta também com uma boa dose de sorte”, ressalta Leonardo Trench, Diretor da gradeUP. Porém, alguns países oferecem algo que pode facilitar o início desse processo: um “visto pós-estudo”. 

Basicamente, essa possibilidade permite aos alunos de instituições internacionais ficarem um período adicional nos países onde estudaram após finalizarem seus cursos. Muitos estudantes acabam utilizando este tempo a mais para procurarem empregos, ambição que, se realizada, se traduz em uma permissão de trabalho, e que geralmente após algum período pode se tornar uma residência permanente. “Não é uma garantia de trabalho, mas é uma oportunidade legal de tentar concretizar essa ambição”, afirma Leonardo. 

No entanto, atenção: na maioria das vezes essa opção não é automática. Em alguns países, para garantir o período extra, o aluno deve ter uma oferta de trabalho (caso dos Estados Unidos, por exemplo). Além disso, caso não consiga outro modo de permanecer no país ao final deste tempo, o aluno deve retornar para seu país de origem ou será enquadrado pelas leis de imigração do território em que se encontra. 

Como funciona o “visto pós-estudo” em cada país?

Reino Unido

Após passar por uma revisão em razão do Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia), a partir de 2021 o visto de estudante passa a oferecer até 24 meses extras no país para alunos internacionais que completam um curso superior no país. No caso do doutorado, o período é de três anos. Durante esse tempo, os alunos podem residir, trabalhar, viajar, entrar e sair do Reino Unido.

Além do “visto pós-estudo”, muitas instituições britânicas também oferecem bolsas parciais para atrair alunos brasileiros. A Birkbeck, University of London, por exemplo, incluiu o Brasil na lista de países contemplados pela Birkbeck Global Future Scholarship. A bolsa permite que estudantes brasileiros paguem a mesma anuidade cobrada dos alunos locais, um desconto que pode ultrapassar as 7 mil libras (cerca de 49 mil reais). 

Estados Unidos 

O país oferece para alunos internacionais o OTP (Optional Practical Training). O programa permite que os estudantes com um visto F-1 trabalhem por até 12 meses em uma área relacionada à sua área de estudo. Para alunos STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática) a extensão pode ser até 36 meses. Porém, para garantir o OTP, o aluno deve ter uma oferta de trabalho até o final de seus estudos. 

Canadá

O país oferece o “post graduation work permit” (PGWP), que permite que estudantes internacionais vivam e trabalhem no Canadá por um período que varia de 8 meses a 3 anos, dependendo da duração do curso. Porém, para poder aplicar para essa permissão, o aluno deverá ter feito um curso superior, com no mínimo 8 meses de duração, em uma faculdade pública, ou privada com fundos públicos e que deve estar na lista de Designated Learning Institution (DLI) do governo canadense. 

Alguns outros países como Austrália, Alemanha e Holanda também oferecem essa possibilidade, cada um com regras específicas que podem ser verificadas nos canais oficiais dos departamentos competentes. 

Leonardo ressalta a importância de verificar essa opção com cuidado antes de embarcar no sonho e ressalta que essa não deve ser a principal razão na escolha do destino. “O visto pós-estudos é uma oportunidade valiosa, mas deve ser encarado com muito pé no chão e responsabilidade. Em um mercado cada vez mais globalizado e competitivo, é importante estar alinhado com as características do clima e cultura e estar ciente da necessidade ou não de mão de obra qualificada no destino de interesse. Expectativas desalinhadas podem causar frustração com o processo”, afirma. 

 

 

 

Website: https://gradeup.com.br/

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