Respeito

A semana está chegando ao final com um episódio muito triste. Os gramados de futebol, de onde deveriam vir só alegrias, têm produzido cenas lamentáveis.

Na partida entre Palmeiras e Cerro Porteño, na Copa Libertadores, no Paraguai, na categoria sub-20, aconteceu mais um vergonhoso caso de racismo no futebol. A vítima foi a jovem revelação do alviverde, o jovem Luighi. O jogador demonstrou maturidade ao indagar ao jornalista se ele queria mesmo saber do jogo… se ele não percebeu o que estava acontecendo em campo? Emocionado, chorando, escancarou mais um episódio de racismo no futebol. Chorei com Luighi e sua dor. Até quando??

Respeito é um substantivo masculino com significado profundo. É um sentimento que leva a tratar alguém ou algo com grande atenção e consideração. Respeito é reverência. Respeitar é verbo transitivo direto e precisamos saber conjugar em nossos relacionamentos. É verbo que não tem contraindicação. Cabe em qualquer lugar. O ser humano precisa ser respeitado em sua dignidade, individualidade. A vida, em todos os âmbitos, precisa ser respeitada.

O choro de Luighi é o nosso choro. Todas as vezes que deixamos de conjugar o verbo respeitar, vamos ferir alguém. Todas as vezes que esqueço o significado desse substantivo masculino, vou magoar alguém.

Somos seres humanos. Somos iguais. O Criador nos fez com uma variedade incrível, fantástica, bela, inigualável. Mas, somos todos irmãos. Todos filhos do mesmo Criador. Temos diferenças, sim. Diferenças que devem ser respeitadas, amadas, admiradas, exaltadas.

Quero usar este espaço para prestar minha solidariedade ao jovem jogador do Palmeiras. Parabenizá-lo pela maturidade e coragem de denunciar o racismo covarde de torcedores mais covardes ainda, que tentam se esconder no meio da multidão. Covardes.

Resta saber o que fará a grande Conmebol, que ganha rios de dinheiro usando a imagem de jogadores, comercializando seus jogos. É esperar para ver… Por um mundo que saiba conjugar o verbo respeitar em todos os tempos e modos…

É isto!

Rev. Ailton Gonçalves Dias Filho, Pastor Presbiteriano e Professor na Universidade Presbiteriana Mackenzie