Recorde: Mato Grosso do Sul registra mais de 19 mil aberturas de MEIs

Entre janeiro e junho deste ano, o Mato Grosso do Sul registrou 19.083 novos cadastros de microempreendedores individuais (MEIs), o que representa um recorde para o período nos últimos seis anos. Os dados da Receita Federal, compilados pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Mato Grosso do Sul (Sebrae-MS), apontam que em 2019, no mesmo período, 10.358 registros foram formalizados – ou seja, em 2024 houve um salto de quase 85%. 

O analista técnico do Sebrae-MS, Paulo Maciel, avalia que o aumento no número de formalizações de MEIs está atrelado a um conjunto de fatores, como a retomada econômica gradual. Ele aponta, ainda, o processo de formalização do MEI. “Algo que atualmente pode ser feito de forma on-line e gratuita”, diz.

Para Paulo Maciel, o aumento no número de registros de MEIs no MS colabora para a diversificação e fortalecimento da economia da região com a geração de empregos e, consequentemente, de renda.

“No contexto econômico, esse aumento de microempreendedores individuais é relevante, pois contribui para a diversificação da economia, que resulta em novos produtos e serviços à população. Isso fortalece a economia local, tornando-a mais resiliente. Também contribui com a geração de empregos e aumento de renda, impulsionando o consumo local, aquecendo a economia e beneficiando diversos setores”, pondera Paulo Maciel.

Confira a evolução do número de MEIs no MS nos últimos 6 anos:

Informação, segurança e credibilidade

Empreender pode ser um desejo latente em algumas pessoas que, a partir do acesso à informação, deixa de ser um plano e passa a ser um projeto que vai gerar renda e emprego. Na avaliação de Paulo Maciel, o aumento da disseminação de informações sobre empreendedorismo também é um fator que pode ter contribuído para o recorde na contabilização de microempreendedores sul-mato-grossenses.  

“Quem quer empreender tem recebido um suporte cada vez maior, principalmente do Sebrae, para entender quais são os benefícios e a segurança jurídica que a formalização oferece, além de apoio para fazer o processo”, afirma Paulo Maciel.

É o caso de Beatriz Corregaro de Almeida, 42 anos, fisioterapeuta, de Campo Grande (MS), que viu na produção de biojoias uma oportunidade de empreender. Ela fez um curso online para aprender a fazer as biojoias – que são peças produzidas a partir de insumos da natureza, como folhas e flores – e, em pouco tempo, surgiu a oportunidade de expor o trabalho numa feira da região.

A partir da parceria entre a feira e o Sebrae-MS, Beatriz fez um curso gratuito na unidade, onde viu potencial para abrir o próprio negócio. Em fevereiro deste ano ela decidiu formalizar a empresa Flor de Luz Biojoias. Beatriz Corregaro conta que com a formalização da empresa percebe que os clientes têm mais confiança no seu empreendimento.

“Eu acho que as pessoas passam a confiar mais, principalmente agora que eu fiz o site. Então, assim, a pessoa que entrar no meu site vai estar lá com o CNPJ e falar, ‘legal, essa é uma empresa realmente”, ressalta.

Além da credibilidade no negócio, Beatriz Corregaro destaca que a formalização da empresa com o cadastro como MEI também estimulou o seu olhar sobre a segurança financeira que ela espera ter no futuro. Ela conta que nunca pagou previdência social, pois sempre atuou como profissional autônoma.

“Eu nunca paguei, nunca tinha pago previdência, não estava pensando no futuro ainda. Os 40 anos bate e você começa a pensar. Aí você une o útil ao agradável. Surgiu tudo isso da minha empresa, e pensei: preciso deixar mais sério. Porque, querendo ou não, quando você tem um CNPJ ali por trás, o MEI, você se torna mais sério, as pessoas te olham com outros olhos, com o CNPJ, você consegue descontos nos produtos que você vai comprar para você fazer suas coisas”, expõe Beatriz Corregaro.

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