Mudanças climáticas elevam a extremos o ciclo de chuvas e ameaçam infraestrutura urbana no Brasil

Mudanças climáticas elevam a extremos o ciclo de chuvas e ameaçam infraestrutura urbana no Brasil

9 de outubro de 2025 0 Por Redação Em Notícia

Alterações na dinâmica hídrica intensificam secas e eventos pluviométricos extremos, expondo cidades a riscos crescentes de inundações, deslizamentos e crises hídricas

O Brasil enfrenta uma crescente vulnerabilidade urbana e regional devido aos impactos das mudanças climáticas no seu regime pluviométrico. Cientistas e especialistas em climatologia e hidrologia alertam que a alteração na temperatura média global tem desregulado o ciclo das chuvas, intensificando a frequência e a severidade de eventos extremos, com consequências diretas para a segurança hídrica e a infraestrutura das cidades.

O aumento da temperatura da atmosfera eleva a capacidade de retenção de vapor d’água, um fenômeno que, paradoxalmente, resulta em duas formas de extremos: a intensificação de secas prolongadas em algumas regiões e a ocorrência de chuvas torrenciais concentradas em outras.

Nas regiões Sul e Sudeste, por exemplo, o aquecimento da superfície oceânica e a alteração nos padrões de circulação atmosférica (como o enfraquecimento das correntes de jato) têm contribuído para a ocorrência de eventos de precipitação mais intensos e de curta duração. Essa concentração de água em poucas horas ou dias sobrecarrega os sistemas de drenagem urbana.

Em contraste, áreas do Nordeste e partes do Centro-Oeste têm enfrentado longos períodos de estiagem. O desmatamento da Amazônia, que impacta a formação dos chamados “rios voadores” (corredores de umidade que irrigam o continente), agrava a irregularidade, comprometendo o abastecimento de reservatórios e a produção agrícola.

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Os impactos desse desequilíbrio no ciclo das chuvas são diretamente sentidos na malha urbana. O aumento da intensidade das chuvas resulta em:

  1. Inundações e Enchentes: A capacidade de infiltração do solo, já reduzida pela impermeabilização urbana, é rapidamente superada pelo volume de precipitação. Isso leva a inundações frequentes que causam danos materiais, paralisação do transporte e riscos à vida.
  2. Deslizamentos de Terra: Em áreas de encosta e ocupação irregular, o excesso de saturação do solo provocado por chuvas intensas aumenta drasticamente o risco de deslizamentos e soterramentos, gerando crises humanitárias.
  3. Danos à Infraestrutura: Pontes, estradas, redes de energia e sistemas de esgoto sofrem com a força das enxurradas e com a erosão acelerada, exigindo investimentos maciços em reparos e resiliência.
  4. Crises Hídricas: A má distribuição da precipitação (muita água em pouco tempo) impede o reabastecimento eficiente dos mananciais e reservatórios, culminando em longas crises hídricas durante os períodos de seca, com risco de racionamento e impacto na economia.

Especialistas em gestão de risco climático enfatizam a necessidade urgente de as cidades brasileiras migrarem de um modelo de gestão reativa para um modelo de adaptação proativa.

As estratégias de mitigação e adaptação envolvem investimentos em:

  • Sistemas de Drenagem Sustentável (Drenagem Urbana Sustentável – DUS): Implementação de soluções baseadas na natureza, como parques lineares e pavimentos permeáveis, que auxiliam na infiltração e no manejo do excesso de água.
  • Controle e Planejamento Urbano: Revisão de planos diretores para coibir a ocupação de áreas de risco (encostas e várzeas) e incentivar a desimpermeabilização.
  • Alerta e Monitoramento: Fortalecimento dos sistemas de previsão meteorológica e hidrológica para emitir alertas precoces e coordenar ações de emergência de forma eficaz.

A tendência de aumento dos eventos extremos impõe, portanto, um desafio imediato às administrações municipais, exigindo uma abordagem técnica e multidisciplinar para proteger a vida e o patrimônio nas áreas urbanas.

E uma cidade da Região Metropolitana de Campinas (RMC) que tem se destacado demasiadamente no bom planejamento para que o município se torne de fato resiliente às mudanças climáticas e os seus impactos é Santa Bárbara d’Oeste.

A cidade do interior de São Paulo realizou um planejamento que tornará o município totalmente autossuficiente no fornecimento de água potável para toda a população pelos próximos 30 anos!  E para entendermos como isso se deu, o jornalista Danilo Bueno, da TVIN, entrevistou o diretor-superintendente do Departamento de Água e Esgoto (DAE) de Santa Bárbara d’Oeste, Laerson Andia Jr. e você confere a entrevista em vídeo na íntegra:

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