Mitos e Verdades: Excesso de sódio e gordura podem prejudicar a saúde mental?
19 de novembro de 2025Entenda como o excesso desses nutrientes pode afetar o humor, o equilíbrio emocional e até o funcionamento do cérebro
O que comemos tem influência direta sobre o corpo e, cada vez mais, estudos mostram que a alimentação também impacta o equilíbrio e o funcionamento do cérebro. O consumo excessivo de sódio e de gorduras ruins pode afetar o humor, a disposição e até aumentar o risco de ansiedade e depressão.
Para esclarecer como isso acontece, Jasmine Alimentos, marca referência em saudabilidade, conversou com Karla Maciel, nutricionista e consultora nutricional da marca, que explica os principais mitos e verdades sobre o tema.
O consumo excessivo de gordura e sódio realmente pode prejudicar a saúde mental?
Verdade.

Segundo a nutricionista, o excesso de gorduras saturadas e trans contribui para o estado inflamatório sistêmico, que afeta o sistema nervoso central. “A inflamação crônica estimula a produção de citocinas pró-inflamatórias, como interleucina-6 (IL-6) e fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), que podem atravessar a barreira hematoencefálica e alterar o funcionamento de neurotransmissores essenciais, como a serotonina e a dopamina, envolvidos na regulação do humor e do comportamento”, explica Karla.
Como o consumo de gordura e sódio afeta o cérebro e o equilíbrio emocional?
“O consumo excessivo de gordura e sódio exerce efeitos profundos sobre o funcionamento do cérebro e o equilíbrio emocional, interferindo em processos neurológicos, inflamatórios e hormonais essenciais à regulação do humor e do comportamento”, explica.
As gorduras saturadas e trans aumentam a produção de radicais livres e citocinas pró-inflamatórias, como IL-6 e proteína C-reativa, que comprometem a integridade das membranas neuronais e a comunicação sináptica. “Como resultado, há disfunção em neurotransmissores como serotonina, dopamina e noradrenalina, substâncias diretamente relacionadas ao controle do humor, motivação e sensação de prazer”, detalha.
Com o tempo, esse desequilíbrio pode favorecer o desenvolvimento de transtornos depressivos e ansiosos, além de prejudicar funções cognitivas, como memória e aprendizado. O sódio, por sua vez, pode reduzir o fluxo sanguíneo cerebral, aumentar o estresse oxidativo e elevar os níveis de cortisol e adrenalina, hormônios ligados à ansiedade e irritabilidade.
Todas as gorduras fazem mal?
Mito.
“As gorduras desempenham papéis fundamentais no organismo. Elas participam da produção hormonal, da absorção de vitaminas lipossolúveis, da integridade das membranas celulares e até da função cerebral. No entanto, a qualidade da gordura consumida é determinante para que seus efeitos sejam benéficos ou prejudiciais à saúde”, explica.
As gorduras saturadas e trans são as mais prejudiciais, enquanto as boas gorduras, como as mono e poli-insaturadas, são aliadas da saúde. “As gorduras monoinsaturadas, encontradas no azeite de oliva, abacate, castanhas e sementes, ajudam a reduzir o colesterol LDL, aumentar o HDL e modular processos inflamatórios. Já as poli-insaturadas, especialmente os ácidos graxos ômega-3, têm papel essencial na função cerebral e equilíbrio emocional”, completa a nutricionista.
Quais sinais o corpo dá quando a alimentação começa a impactar a saúde mental?
“O corpo e a mente estão intimamente conectados e, quando a alimentação começa a impactar negativamente a saúde mental, diversos sinais físicos, emocionais e cognitivos podem aparecer”, explica.
Entre os sinais mais comuns estão irritabilidade, instabilidade de humor, falta de motivação, dificuldade de concentração e alteração no sono. “O desequilíbrio de nutrientes como magnésio, zinco e vitaminas do complexo B interfere na produção e funcionamento de neurotransmissores, especialmente serotonina, dopamina e GABA, que são essenciais para o controle do humor, da calma e da concentração”, destaca.
Outros sintomas incluem fadiga mental, dores de cabeça, problemas digestivos e queda de energia constante. “Esses sinais estão ligados ao eixo intestino-cérebro, que regula a comunicação entre o sistema digestivo e o sistema nervoso central. Uma alimentação pobre em fibras e rica em ultraprocessados altera a microbiota intestinal e reduz a produção de serotonina, favorecendo o surgimento de sintomas de ansiedade e depressão”, completa.
Como a alimentação pode ajudar a equilibrar o intestino e o cérebro?
“A alimentação exerce influência direta sobre a microbiota intestinal, que participa ativamente da digestão, da absorção de nutrientes, da modulação do sistema imunológico e da comunicação com o cérebro por meio do chamado eixo intestino-cérebro”, explica.
Dietas equilibradas e ricas em frutas, vegetais, sementes, grãos integrais, leguminosas e alimentos fermentados ajudam a manter a microbiota diversificada e saudável. “As fibras prebióticas servem de alimento para as bactérias benéficas, que produzem ácidos graxos de cadeia curta com ação anti-inflamatória e neuroprotetora”, detalha.
Por outro lado, uma alimentação rica em ultraprocessados, gorduras saturadas, açúcares simples e sódio desequilibra essa microbiota. “A disbiose leva à produção excessiva de substâncias pró-inflamatórias e aumento da permeabilidade intestinal, impactando diretamente o cérebro e o equilíbrio emocional”, finaliza a nutricionista.






