Magos – apontamentos de uma leitura natalina
10 de dezembro de 2024
É o evangelista Mateus que narra a visita de “uns magos do Oriente” a Jerusalém. Guiados pelo “GPS” divino, eles chegam à cidade com uma pergunta que inquietou o poder político e a sociedade. “Onde está o recém-nascido, Rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo?”.
Nesse tempo especial de Advento, quero apresentar aqui alguns apontamentos de uma leitura natalina da narrativa exclusiva de Mateus.
Primeiro, os magos têm uma percepção exata sobre a identidade de Jesus Cristo, o recém-nascido. Eles denominam “Rei dos judeus” e sabem que Ele é muito mais que isto. Eles se prostram e o adoram. Sabem perfeitamente que o reinado dele extrapola qualquer fronteira geográfica e étnica. Esses viajantes do Oriente têm uma compreensão nítida sobre Jesus Cristo. A igreja cristã está perdendo esta percepção. Temos uma igreja hoje no Brasil que está distante dos valores do Senhor Jesus Cristo. São cristãos sem Cristo. Perdemos a percepção correta sobre a identidade missionária do Cristo.
Segundo apontamento, os magos não hesitaram em perguntar. Mesmo sabendo “ler” os astros, percebendo o movimento orientador das estrelas, em algum momento eles se sentem perdidos, desorientados. Resolvem perguntar. Não se envergonharam. Não hesitaram e escancaram sua procura. “Onde está o recém-nascido…?”. Homens sábios não têm medo de fazer perguntas simples.
A pergunta feita, além de alarmar o pode político, levou-os aos livros. Os livros, nosso terceiro apontamento, mostram, não apenas o lugar, Belém, mas o caráter orientador e pastoral do recém-nascido. “E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as principais de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar a meu povo Israel”.
Os Livros sempre apontam o caminho. A teologia cristã ensina que Deus se revela de duas maneiras a nós. Revelação natural, por meio do mundo criado, a criação. Revelação especial, por meio dos Livros. São os Livros que nos apontam intensamente para Jesus Cristo, a revelação máxima de Deus entre nós.
Que os magos nos levem até Jesus! Feliz Natal!
Rev. Ailton Gonçalves Dias Filho, Pastor Presbiteriano e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie
Importante pontuação acerca do ambiente religioso no Brasil que, infelizmente, está distante do Cristo de Nazaré. Que Deus se compadeça dos religiosos e do nosso país.
Pastor, com toda venea, creio que o irmão comete um erro, quando escreve que Deus se revela de duas maneiras a nós e uma delas vem a ser a ” Revelação especial, por meio dos Livros.” Se entendi o que o irmão fala, a Bíblia seria o meio por meio do qual Deus se revela de forma ou maneira especial. Caso seja isso, creio que há de haver um repensar sobre esse conceito. A revelação especial de Deus, como a propria Biblia nos revela, eh a pessoa de Cristo e somente ela. Colocando livros (Biblia) como fonte de revelacao nesse sentido, passamos a adorar a biblia e nao o cerne de nossa fé, O Deus Encarnado – Jesus o Cristo.