Guterres condena ataques a portos ucranianos e alerta para impacto humanitário global
21 de julho de 2023O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou os ataques russos a Odessa e outros portos ucranianos nos últimos dias. Os bombardeios ocorreram após a decisão da Rússia de se retirar da Iniciativa do Mar Negro, no início desta semana.
O país também encerrou as garantias de passagem segura para navios que transportam grãos e outros alimentos que navegam na parte noroeste da região. A informação foi dada pelo porta-voz de Guterres.
Consequências dos ataques
Stephane Dujarric disse que os ataques contradizem os compromissos da Rússia, que facilitaria a exportação desimpedida de alimentos, óleo de girassol e fertilizantes dos portos do Mar Negro controlados pela Ucrânia.
No ano passado, a Iniciativa facilitou a exportação de mais de 30 milhões de toneladas de grãos ucranianos para os mercados globais por meio de três portos do Mar Negro, incluindo Odessa.
Com a interrupção do acordo, já é possível observar o efeito negativo nos preços globais do trigo e do milho, “que prejudica a todos, mas especialmente as pessoas vulneráveis no Sul Global.”
Guterres disse que vai perseguir sua tentativa de garantir que alimentos e fertilizantes ucranianos e russos estejam disponíveis nos mercados internacionais.
Para ele, isso é parte dos esforços contínuos para combater a fome no mundo e o aumento dos preços dos alimentos em nível internacional.
Na Ucrânia, o porta-voz do Escritório de Assuntos Humanitários da ONU, Saviano Abreu, contou que o ataque ocorreu no centro de Odessa. Os trabalhadores humanitários estão apoiando as famílias atingidas e fornecendo assistência de emergência, incluindo em dinheiro.
Logo após os novos ataques, a chefe da ONU na Ucrânia, Denise Brown, disse que ficou horrorizada com as imagens de danos e destruição.
Brown lembra que este é o segundo dia consecutivo de danos severos ao porto. O local é crucial para a Ucrânia e para as pessoas mais pobres do mundo que dependem desses alimentos.
Ela pediu o fim dos ataques e acrescentou que os bombardeios são desumanos e contra o direito humanitário internacional.