Não gosto de extremos. Pessoalmente acho perigosos. Creio que o equilíbrio é uma boa virtude para ser cultivada nesses e em outros tempos. Há 24 anos, em 11 de setembro, extremistas sequestraram aviões levando-os a colidir frontalmente com as torres gêmeas em Nova Iorque. Jamais esqueceremos esse dia horrível.
Ontem, dia 10 de setembro, Charlie Kirk, de apenas 31 anos foi covardemente assassinado, em um evento na Universidade Utah Yalley, no estado de Utah, nos Estados Unidos. Reitero, extremos são perigosos.
Equilíbrio é um substantivo masculino, e indica uma posição estável de um corpo. Figuradamente significa autocontrole, comedimento. É o que tem faltado no mundo de hoje e nas relações pessoais. Perdemos o equilíbrio. Já não temos mais o autocontrole. O comedimento está cada vez mais distante, escasso.
Em lugar do equilíbrio assumiu o desequilíbrio e o descontrole. Nossas guerras revelam isso. O assassinato de Charlie Kirk revela isso. É importante reverter isto e voltar a cultivar e desenvolver em nós a virtude do equilíbrio. O desequilíbrio nos faz usar bombas como método de persuasão política. Não podemos e não devemos prezar instituições (países, empresas, partidos, igrejas etc.) acima das pessoas.
Ao cultivar o equilíbrio, podemos tentar entender a perspectiva dos outros. Apreciar mais a flexibilidade da ordem vigente. Entender as mudanças do tempo. Podemos ser honestos sem ser cruel. Podemos aceitar a trivialidade da vida moderna sem perder de vista o sublime e o eterno. Cultivando nosso equilíbrio podemos nos reconciliar com a nossa mortalidade mais cedo e com calma, sem desespero. Não posso causar aos outros o que não quero que me façam. Não posso usar justificativas para ferir ou destruir alguém. Preciso agir como um bombeiro, apagando todos os fogos, inclusive os fogos que eu mesmo possa ter ateado. Não posso cortar a comunicação do outro, nem com o outro. O equilíbrio é virtude que me capacita sempre ao diálogo franco, honesto, respeitoso e, sobretudo, tolerante. Não posso e não devo invalidar a verdade alheia, por mais que eu não concorde com ela.
É preciso cultivar o equilíbrio. Ele elimina a arrogância e a vaidade. O equilíbrio ajuda a humildade na busca da verdade e no acordo entre as partes. O equilíbrio me auxilia no debate de ideias e valores, em vez de ignorar ou desqualificar os adversários.
Por um mundo sem extremos. Eles são perigosos. Por um mundo que cultive o equilíbrio e descubra o amor, “o caminho sobremodo excelente”.
É isso!
Rev. Ailton Gonçalves Dias Filho, Pastor Presbiteriano e Professor na Universidade Presbiteriana Mackenzie.
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