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Neste mês de outubro, mais precisamente no último dia, 31, as redes sociais ficarão repletas de postagens referentes à Reforma Protestante iniciada no século XVI. O dia escolhido aponta para o gesto do padre Martinho Lutero, que, no dia 31 de outubro de 1517, afixou nas portas de sua igreja as 95 teses combatendo as vendas de indulgências por parte da igreja. Sua atitude acabou dando início ao movimento da reforma, se alastrando por boa parte da Europa. Cinco séculos já se passaram e muita água já passou debaixo da ponte.
Atribui-se ao teólogo suíço Karl Barth a popularização da expressão em latim que dá título a este pequeno artigo, “Ecclesia Reformata et semper reformanda est”, numa tradução livre “A Igreja Reformada deve sempre ser reformada”. A ideia é que a igreja reformada, enfatizando a necessidade constante de autoavaliação e alinhamento com as Escrituras e o tempo atual. É lógico que é uma postura de um desafio enorme. O pensamento é que a igreja não deve se acomodar, mas proporcionar um processo de uma contínua reforma, respondendo inteligentemente aos desafios culturais e sociais de seu tempo, sem abrir mão de um alinhamento salutar com as Escrituras Sagradas. A interpretação correta e respeitosa dos textos sagrados será sempre o fio condutor a guiar essa reforma constante.
Hoje, quando olhamos para os galhos da árvore cristã, percebemos quão distantes estão os novos “galhinhos” que o protestantismo produziu. Distantes da expressão latina descrita acima. Em muitas igrejas cristãs, ditas protestantes nos dias de hoje, não há absolutamente nada do protestantismo iniciado no século XVI. Nunca o texto bíblico foi tão desvirtuado e desrespeitado como agora. As boas regras da hermenêutica e exegese passam longe dos púlpitos protestantes de hoje. Precisaríamos hoje de uma nova Reforma? Sinceramente não sei dizer!
Sei que o dístico latino que sempre tentou distinguir o movimento reformado não tem nenhum sentido hoje para muitos. “Ecclesia Reformata semper reformanda est” é um chamado e um desafio contínuo à própria comunidade cristã. Sem abrir mão da mensagem cristocêntrica das Escrituras para que a igreja cristã não perca sua relevância e seja fiel à sua missão.
É isto!
Reverendo Ailton Gonçalves Dias Filho, Pastor Presbiteriano e Professor na Universidade Presbiteriana Mackenzie