CPI da Epidemia de Crack da Alesp vai à Baixada Santista ouvir a realidade local
10 de agosto de 2023Atuação itinerante está prevista para o próximo dia 21; grupo também aprovou mais de 20 convites para participação de pessoas das mais diversas áreas para debaterem o tema na Casa
Em sua segunda reunião na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, realizada nesta quarta-feira (9), os integrantes da CPI da Epidemia de Crack aprovaram a realização de um encontro para tratar do assunto fora do Parlamento. No próximo dia 21, será realizada uma audiência pública em Santos. Há possibilidade de um encontro semelhante em Guarulhos, ainda sem data definida.
O objetivo é colher depoimentos mais detalhados sobre o problema da disseminação da droga nestas regiões, já que a questão deixou de ser algo específico da Capital. O grupo também aprovou, por unanimidade, convites de participação para mais de 20 pessoas, das mais diversas áreas, para tratarem do tema na Casa.
“Essa será a primeira vez que a CPI fará uma reunião itinerante, em Santos e Guarulhos. Vamos ouvir de perto quem vive o problema nestas duas regiões. Podemos ter grandes contribuições de quem entende do assunto e está envolvido com o tema. A questão é muito complexa e abrange as áreas de Segurança, Saúde, Habitação e prevenção”, comentou o deputado Paulo Correa Jr (PSD), presidente da CPI.
Segundo o parlamentar, o próximo passo dos trabalhos será construir uma agenda organizada e propositiva, por meio da qual seja possível encaixar os variados temas em blocos. “O nosso papel aqui é investigar de onde está surgindo todo esse problema. Vamos ouvir a Polícia, a comunidade, especialistas. Todos estão com boa vontade de contribuir para que possamos fazer um relatório extenso, com uma variedade de opiniões. Nosso objetivo é contribuir com as ações do Governo do Estado”, reforçou Correa Jr.
Humanidade
Um dos membros da CPI, o deputado Simão Pedro (PT) ressaltou que o principal objetivo do trabalho do Legislativo em relação a esse assunto – principalmente em se tratando da Cracolândia da Capital – é tentar encontrar um caminho, que não necessariamente vá resolver a questão a curto prazo, mas que possa dar as melhores estratégias para que a situação encontre uma possibilidade de solução.
“Vamos trabalhar por blocos, ouvir moradores, comerciantes e urbanistas. Depois, receberemos especialistas das universidades, pesquisadores que tratam desse assunto com várias tendências de pensamentos, além de outras autoridades”, explicou o deputado. “Que a gente trate com humanidade essas pessoas que são dependentes de drogas e acabam sendo marginalizadas. Toda a experiência que a gente puder ouvir, ou possíveis soluções que possamos debater, são válidas”, disse o parlamentar.
Alguns convidados
Entre as pessoas que tiveram seus convites aprovados pela CPI estão: Ronaldo Sayeg, delegado diretor do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc); Coronel Álvaro Batista Camilo, subprefeito da Regional da Sé, na Capital; Raquel Rolnik, urbanista e professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP; e Ronaldo Laranjeira, diretor presidente da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM). Moradores e comerciantes da região da Cracolândia, na Capital, também serão chamados para expor suas experiências com a situação.