Brasil retoma programa de combate à violência contra a mulher e amplia rede de acolhimento
9 de maio de 2025Com a reestruturação do programa Mulher Viver sem Violência, ações integradas de apoio voltam a ganhar força; advogada Vivian Nicolai destaca que essas iniciativas são essenciais para garantir dignidade e segurança às mulheres
Brasil amplia ações de proteção às mulheres com novas medidas de enfrentamento à violência. A advogada Vivian Nicolai, referência nacional na defesa dos direitos femininos, reforça que a reestruturação de programas como o “Mulher Viver sem Violência” e o uso de tornozeleiras eletrônicas em agressores são avanços urgentes. “Não basta criar leis, é preciso garantir que elas cheguem a quem mais precisa”, afirma. Com atuação jurídica integrada e apoio psicológico, social e policial, essas ações representam um passo real para romper o ciclo de violência.
O governo federal anunciou neste mês a retomada e ampliação do programa Mulher Viver sem Violência, iniciativa voltada ao enfrentamento da violência de gênero e à garantia de proteção e acolhimento para mulheres em situação de vulnerabilidade. A medida representa um reforço importante na articulação de políticas públicas integradas, com foco na prevenção, na denúncia e no apoio humanizado às vítimas.
A reestruturação do programa prevê a reativação das unidades móveis de atendimento, a criação de novas Casas da Mulher Brasileira e a intensificação das ações educativas em todo o país. A proposta é oferecer, em um único espaço, atendimento jurídico, psicológico, social e de segurança reduzindo barreiras de acesso e proporcionando às mulheres condições reais de romper com o ciclo da violência.

Especialistas apontam que a iniciativa representa um avanço concreto no combate a uma das maiores mazelas sociais do Brasil. Para a advogada Vivian Nicolai, referência no atendimento a vítimas de violência doméstica, a existência de uma rede estruturada pode ser determinante para salvar vidas. “A violência contra a mulher continua sendo uma tragédia silenciosa no Brasil. Muitas vítimas não sabem a quem recorrer, sentem medo, vergonha ou não têm apoio familiar. Ter uma rede de acolhimento com profissionais capacitados e políticas públicas eficazes é essencial para garantir dignidade e segurança”, afirma.
Com a ampliação do programa, o governo também busca alcançar mulheres em áreas isoladas, reforçar os canais de denúncia e promover campanhas de conscientização sobre os direitos das mulheres e as formas de violência, inclusive a psicológica. A expectativa é de que a atuação integrada entre diferentes esferas do poder público torne o enfrentamento à violência mais efetivo e acessível, fortalecendo a rede de apoio em todo o território nacional.
Entre os principais focos do programa estão:
– Fortalecer os serviços de acolhimento e denúncia;
– Ampliar o número de unidades da Casa da Mulher Brasileira — que concentram serviços como delegacia especializada, juizado, defensoria, atendimento psicológico e apoio social;
– Levar atendimento a regiões mais isoladas, por meio das unidades móveis;
– Estimular campanhas educativas sobre direitos das mulheres, combate à violência psicológica e incentivo à denúncia.
Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mais de 1.400 mulheres foram vítimas de feminicídio em 2023. No mesmo ano, foram emitidas mais de 600 mil medidas protetivas. Apesar dos números alarmantes, ainda há subnotificação e dificuldade de acesso a recursos por parte das vítimas — principalmente nas regiões periféricas e áreas rurais.
Vivian Nicolai reforça a importância de ações concretas e descentralizadas. “Não basta criar leis. É preciso fazer com que elas cheguem às mulheres que realmente precisam. Programas como esse têm o poder de transformar a realidade de quem vive em silêncio e com medo. A segurança da mulher precisa ser tratada como prioridade — sempre”, conclui a advogada.
Para além da estrutura, o sucesso do programa depende também da escuta ativa, da qualificação dos profissionais e da integração entre os órgãos de Justiça, segurança, saúde e assistência social. A retomada das ações reforça o compromisso com a dignidade, o bem-estar e a autonomia das mulheres brasileiras.






