Brasil pode ter cerca de 700 mil novos casos de HPV por ano

Brasil pode ter cerca de 700 mil novos casos de HPV por ano

29 de fevereiro de 2024 0 Por Redação Em Notícia

O câncer de colo do útero ocupa a sexta posição entre os tipos mais frequentes no Brasil. Nas mulheres, é o terceiro mais incidente. O país pode chegar a 17.100 novos casos por ano até 2025 conforme a publicação das estimativas de 2023 do Instituto Nacional do Câncer (INCA). A principal causa desse tipo de câncer é o HPV. Dados do Ministério da Saúde mostram que o Brasil pode ter cerca de 700 mil novos casos de HPV por ano. A estimativa é que o país tenha entre 9 e 10 milhões de pessoas infectadas.

Segundo a ginecologista e especialista em reprodução humana Lorrainy Rabelo, o vírus, que é chamado de “papilomovirus humano”, é a infecção sexualmente transmissível mais comum atualmente. “Nós temos vários tipos de HPV, mais de 100 tipos. E a forma de contágio principal é por sexo oral, vaginal ou anal sem preservativo”, explica.

Existem pelo menos 12 tipos de HPV considerados oncogênicos — aqueles com associação comprovada entre a infecção e o câncer — que apresenta maior risco ou probabilidade de provocar infecções persistentes. Os tipos 16 e 18 são considerados de alto risco. Eles estão presentes em 70% dos casos de câncer do colo do útero.

A médica Lorrainy Rabelo explica que o aparecimento de verrugas pode ser um sinal de alerta. “São verrugas irregulares que podem surgir na região genital, na orofaringe, na região anal. É a principal manifestação clínica, mas mesmo que não apresente verrugas, a pessoa pode possuir o vírus ali incubado”, esclarece.

A taxa de infecção pelo HPV na genital atinge 54,4% das mulheres que já iniciaram a vida sexual e 41,6% dos homens. Os dados são do Ministério da Saúde por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS).

Câncer de colo do útero

Na opinião da ginecologista e especialista em reprodução humana Lorrainy Rabelo, a maior preocupação com o contágio por HPV é o desenvolvimento de câncer de colo uterino.

“Ele é o principal fator de risco para que uma mulher desenvolva câncer de colo uterino futuramente. Mas é possível evitar a doença utilizando preservativo e principalmente hoje em dia com a vacinação disponível no mercado, inclusive que protege contra os nove tipos mais comuns e que mais causam consequências, como o câncer do colo uterino na nossa população”, destaca.

Diagnosticada com câncer, a influenciadora digital Micheline Ramalho conta que ficou assustada ao receber o diagnóstico. Na época com 31 anos, ela diz que demorou para entender o que estava acontecendo. “Achei que aquilo seria a minha morte. Infelizmente, é assim que muita gente vê o câncer. Comigo, não foi diferente. Demorei meses para ter coragem de contar para meus seguidores”, desabafa.

Prevenção

A médica reforça que a vacina não é apenas contra o câncer de colo do útero. É uma vacina contra vários tipos de câncer que podem afetar homens e mulheres. Disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a vacina HPV quadrivalente está disponível, gratuitamente, nos postos de vacinação pelo Brasil. 

Ficar atento à saúde e se prevenir, por mais comum que seja a orientação, ainda é a melhor forma de evitar a contaminação, orienta Werciley Júnior, coordenador  infectologista e chefe da Comissão de Controle de Infecção do Hospital Santa Lúcia.

“Para evitar o contágio, a principal medida é a vacinação e o uso para transmissão por via sexual; o uso de camisinha é a melhor forma de controlar essa transmissão”, lembra.

O HPV é a infecção sexualmente transmissível mais comum no mundo. Mais de 90% dos casos de câncer de colo do útero e de ânus está associado a esse tipo de infecção. As verrugas genitais também são provocadas pela infecção. Números do INCA mostram que o Brasil pode passar de 17.000 novos casos de câncer de colo do útero por ano até 2025. A estimativa é de 15,38 casos a cada 100 mil mulheres.
 

Pixel Brasil 61

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