Boxe: Beatriz Ferreira na semifinal e Abner Teixeira é bronze
3 de agosto de 2021Exibição espetacular da boxeadora baiana que derrotou Raykhona Kodirova (Uzbequistão) nas quartas de final. A campeã mundial não quis deixar nenhuma dúvida quanto a quem era a mais forte e atacou uma e outra vez Kodirova, que acabou pedindo a hora tal foi a superioridade da brasileira
Por 5-0 e com os juízes dando clara vantagem para Beatriz Ferreira, incluindo o juiz argentino que pontuou 30-26, há mais uma medalha garantida para o boxe brasileiro naquela que será uma das melhores campanhas Olímpicas do esporte. Bia tem, no mínimo, o bronze garantido já que no boxe não há combate pelo bronze e os semifinalistas recebem a medalha automaticamente.
“Uma adversária difícil. Foi uma luta que eu sabia que tinha que me posicionar melhor, tinha que me colocar mais, tinha que ir pra cima. Estou preparada para o que for, trabalhei cinco anos para isso.”
Beatriz Ferreira para a Globo.
No caminho da campeã mundial está agora a veterana Mira Potkonen (Finlândia), medalha de bronze na Rio 2016 e bicampeã europeia.
Em seis edições desde a estreia do boxe no programa Olímpico – em Paris 1904 – a nação dominadora foi Cuba. Até Tóquio 2020 podíamos contabilizar 37 títulos Olímpicos e um total de 73 medalhas, a segunda melhor performance global atrás dos EUA.
O duplo confronto Brasil-Cuba no boxe masculino colocou frente a frente a nova potência contra um clássico do boxe.
O primeiro combate opôs Wanderson de Oliveira a Andy Cruz, na categoria de peso-leve (57-63kg). O primeiro round caiu 3-2 para o cubano, mas mostrou que o Shuga, como é conhecido Wanderson de Oliveira no projeto social Luta Pela Paz, no Complexo da Maré (RJ), ia fazer o cubano suar. Foi um combate dividido, mas Andy Cruz foi mais eficaz nos dois últimos rounds avançando para a semifinal por decisão dividida por 4-1.
No principal combate da noite para o boxe brasileiro estava em jogo a passagem à final do peso-pesado (81-91kg) para Abner Teixeira. O rival foi o cubano Julio la Cruz, medalha de ouro na Rio 2016 na categoria de meio-pesado, subindo de categoria no atual ciclo Olímpico.
“La Sombra” ganhou o primeiro round. O atleta de Santo Amaro (SP) entrou conservador na semifinal, mas jamais baixou os braços e entrou no terceiro round perdendo por 20-18, precisando virar o combate. Isso não aconteceu e Abner Teixeira caiu por 4-1 contra um rival mais experiente.
“Ninguém gosta de perder. Treino para não acontecer isso, mas infelizmente aconteceu. Estou feliz pelo fato de ser medalhista, vim aqui ser medalhista. É a realização de um sonho, não só participei de uma Olimpíada, mas ganhei medalha (…) Mês que vem eu tenho o Mundial Militar em Moscou, já vou treinar pra isso. E em outubro eu tenho o campeonato mundial, que é outra meta minha, ser campeão mundial.”
Abner Teixeira para a Globo.
Os próximos combates dos brasileiros em Tóquio 2020 serão:
- Beatriz Ferreira vs Mira Potkonen (Finlândia) | Semifinal dia 5 de agosto às 2:15 (horário de Brasília)
- Hebert Sousa vs Gleb Bakshi (Comitê Olímpico Russo) | Semifinal dia 5 de agosto às 3:18 (horário de Brasília)
Momentos marcantes do boxe Olímpico brasileiro:
- Cidade do México 1968: Servílio de Oliveira ganhou a primeira medalha, um bronze em peso-mosca
- Londres 2012: Adriana Araújo medalha de bronze em peso-leve na estreia do boxe feminino nos Jogos Olímpicos
- Londres 2012: Yamaguchi Falcão medalha de bronze em meio-pesado
- Londres 2012: Esquiva Falcão medalha de prata em peso-médio
- Rio 2016: Robson Conceição, em peso-leve, tornou-se o primeiro campeão Olímpico brasileiro
- Tóquio 2020: Abner Teixeira medalha de bronze em peso-pesado