Ana Marcela Cunha busca a única medalha que falta em Tóquio 2020

Ana Marcela Cunha busca a única medalha que falta em Tóquio 2020

3 de agosto de 2021 0 Por Redação Em Notícia

Especialista na maratona aquática, soteropolitana vai para sua terceira edição dos Jogos depois de excelentes temporadas em 2019 e 2021. Prova começa às 18:30 (3 de agosto, horário de Brasília) na Marina de Odaiba

Quase 13 anos se passaram da sua primeira participação Olímpica, quando obteve o quinto lugar na maratona aquática (10km) em Beijing 2008Ana Marcela Cunha tinha, na época, 16 anos de idadeHoje, aos 29, parte para os Jogos Tóquio 2020 em 2021 rumo à terceira participação, depois de ter ficado de fora de Londres 2012 e de uma décima colocação na prova de 10km nos Jogos Rio 2016 (prova em que a medalhista de bronze foi a brasileira Poliana Okimoto). As recentes temporadas foram boas e as chances de medalha, grandes.

“Meu maior aprendizado foi ter ficado de fora de 2012. Em 2008, eu era uma criança, adolescente, que estava começando uma vida e fui parar de paraquedas nos Jogos Olímpicos. Meu crescimento aconteceu com a decepção”.

-Ana Marcela Cunha, sobre os Jogos Beijing 2008 e haver ficado fora de Londres 2012 para o nsctotal.com.br

A soteropolitana começou muito cedo na natação e em 2001 passou a treinar no Clube Olímpico, em sua cidade natal. Anos mais tarde, em 2007, passou a viver em Santos, litoral paulista. Especializou-se em águas abertas. A baiana é, sem dúvida alguma, um dos grandes nomes da natação do BrasilCampeã mundial em cinco ocasiões e escolhida seis vezes como a melhor nadadora de maratona aquática do mundo pela FINA (Federação Internacional de Natação), ela possui inúmeras conquistas nas provas de 5, 10 e 25km.

A galeria de conquistas é tão repleta que venceu o Prêmio Brasil Olímpico (concedido pelo Comitê Olímpico do Brasil) como melhor atleta em duas ocasiões: 2015 e 2018.

Dominante em 2019

O ano de 2020 ficou marcado pela paralisação das competições, mas o anterior, o de 2019foi muito bom para Ana Marcela. Ela faturou cinco etapas das provas de 10km do circuito mundial, mais as conquistas dos títulos do campeonato do mundo de 5km e de 25km (eventos que não estão no programa Olímpico).

Para coroar a temporada, ela foi responsável pela primeira medalha de ouro da natação brasileira na maratona aquática, conquistada nos Jogos Pan-Americanos, em Lima. Na ocasião, chegou 31s à frente da 2ª colocada, medalha de prata.

“Essa é a primeira medalha de ouro na história da maratona aquática, a gente vinha de duas pratas com a Poliana (Okimoto). Acho que ela abriu muito o caminho para a gente. Eu espero continuar seguindo esse mesmo caminho em busca de uma medalha Olímpica também”.

-Ana Marcela Cunha, após a conquista do ouro no Pan, em Lima, para o globoesporte.com

Ana Marcela Cunha durante a prova Rei e Rainha do Mar, na praia de Copacabana, no Rio

Ana Marcela Cunha durante a prova Rei e Rainha do Mar, na praia de Copacabana, no Rio Foto: 2018 Getty Images

Enfim, Tóquio

Ana Marcela é forte concorrente na maratona aquática e esperança de medalha para o Brasil nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020 e 2021. Em ritmo intenso para o Japão – ela treinou todos os dias, pela manhã e à tarde com meio período de folga por semana -, a parte final da preparação foi sido realizada no sul da Espanha, especificamente em Sierra Nevada, região de alta altitude.

Os treinos na altitude têm como objetivo a adaptação do corpo, sobretudo para quem disputa provas de resistência – como é o caso de Ana Marcela -, em uma linha de fazer o difícil para depois tornar-se fácil. Nessas condições, o atleta tem sua condição fisiológica melhorada, como por exemplo o nível de hemoglobina no sangue que contribui para o transporte de oxigênio. Este tipo de treinamento possui efeitos que chegam a durar 2 meses. Em resumo, o atleta ganha condicionamento físico com este tipo de preparação.

Em abril, a nadadora baiana também se classificou para Tóquio 2020 em 2021 em uma prova de piscina, nos 1500m livre. Entretanto ela abriu mão da vaga para focar-se na maratona aquática.

Não há dúvidas de que Ana Marcela Cunha vive o melhor momento e o histórico recente dá as credenciais para colocá-la entre as favoritas na sua especialidade. Ela sabe disso. Quem sabe a sua tão desejada medalha Olímpica brilhe na “terra do sol nascente”.

“As expectativas são as melhores possíveis. Foco no nosso maior objetivo que é a medalha. É o meu sonho, a única medalha que ainda não ganhei. Eu vou atrás disso”.

-Ana Marcela Cunha, para o site da Gazeta Esportiva

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