A matemática do fim

A matemática do fim

6 de novembro de 2025 0 Por Redação Em Notícia
Nós nos acostumamos a olhar para o céu para saber se vai chover ou não. Não é de agora a prática de nos orientar olhando para o firmamento para termos uma percepção melhor de nosso tempo. As antigas navegações mundo afora faziam o mesmo. Outra maneira simples e eficaz de nos orientar acontece pelos livros. Na leitura há ciência. Na leitura há saber.
Olhando para os livros antigos há farta informação sobre os sinais dos fins dos tempos. Um dos sinais é a multiplicação do saber, da ciência, do conhecimento. Olhamos para o passado e percebemos o quanto o saber evoluiu em todas as áreas. A tecnologia “invadiu” nossa vida de tal maneira que hoje não conseguimos nem imaginar nossa vida sem os recursos que temos oriundos dela. Vivemos num mundo de informações rápidas, com conexões instantâneas, com a agilidade de um piscar de olhos. As profecias dos livros antigos estavam certas, se cumpriram. O saber se multiplicou.
Os livros antigos também nos orientam sobre uma outra multiplicação. Além do saber, eles registram que a iniquidade se multiplicará. Vivemos num mundo onde as desigualdades, as injustiças, as maldades e as perversidades têm se multiplicado numa velocidade impressionante.
Recorro ao velho Paulo de Tarso, que descreveu tão bem os homens dos últimos dia dizendo que eles seriam “totalmente egocêntricos, ávidos por dinheiro, cheios de soberba, orgulhosos, injuriosos, ingratos, irreverentes, sem remorso, difamadores, descontrolados e violentos, odiando tudo que é bom…”. É a iniquidade sendo multiplicada em velocidade máxima. Um sinal que nos ajuda a entender e ler o tempo. Estamos pertos do fim.
Outro sinal que nos possibilita afirmar que estamos perto do fim é o esfriamento do amor. Jesus de Nazaré afirmou em uma de suas falas: “E, por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos”. Este esfriamento do dom do amor em nós é perceptível. Não há um dia em nossas cidades que não convivamos com a falta de amor em nossos relacionamentos. Os níveis de violência nos ambientes urbanos elevaram ainda mais os níveis de letalidade. A morte, fruto do desamor, é companheira de nossas ruas. A vida humana perdeu completamente o valor. Mata-se um semelhante como se fosse um inseto. O ódio impera. O amor está esfriando. Os textos antigos estavam e estão certos, infelizmente. O fim está próximo. Quão próximo? Não sei. A pergunta que vem do século I se atualiza no século XXI: “…Quando vier o Filho do homem, achará, porventura, fé na terra?”. É pergunta sem resposta!
Tenhamos capacidade para fazer uma leitura adequada de nosso tempo, de seus sinais. Que esta matemática do fim seja um alerta para o humano que há em nós, não permitindo que as injustiças vençam as forças do amor.
É isto!
Reverendo Ailton Gonçalves Dias Filho, Pastor Presbiteriano e Professor na Universidade Presbiteriana Mackenzie
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