A Fábula de Scrum: A Cigarra, a Formiga e o Mundo Corporativo Moderno

Por Marcela Navarro Corrêa*

Em um passado não tão distante, a fábula da cigarra e da formiga era uma lição sobre preparo e responsabilidade. A cigarra cantava enquanto a formiga trabalhava arduamente, acumulando provisões para o inverno. “Dona Formiga, venha e cante comigo, em vez de trabalhar tão arduamente.”, desafiou a cigarra “Vamos nos divertir.”

Hoje, essa história ganha novos contornos no contexto ágil do Scrum.

No universo Scrum, todos são formigas, contribuindo de maneira colaborativa para alcançar objetivos comuns. Cada membro da equipe é vital, e a transparência é a luz que destaca quem está realmente comprometido. Aquele que opta por ser a cigarra, relaxando enquanto os outros trabalham, não encontra espaço em um time Scrum, onde a accountability é evidente. A metodologia destaca o valor do trabalho coletivo, desafiando a ideia de que alguém possa ficar à margem sem consequências. Ao contrário da época da cigarra sobrevivente, hoje a falta de contribuição é notada e questionada. Assim como a formiga, um bom líder Scrum é aquele que orienta, inspira e trabalha lado a lado com sua equipe.

Líderes que agem como as cigarras da fábula, não trazendo seu valor ao time, acabam colhendo os frutos de sua falta de comprometimento e parasitismo, já que por sua vez se envolvem pouco e confiam apenas em sua posição hierárquica, acabam não aguentando a pressão. Em um ambiente ágil, a inatividade é como uma nota desafinada no concerto do Scrum, e a equipe não hesita em ajustar a harmonia.

Em tempos ágeis, o Scrum não apenas transforma a maneira como trabalhamos, mas também desafia a sobrevivência da cigarra corporativa. A verdade é que, no mundo atual, onde o Scrum é a trilha sonora, é preciso mais do que uma bela melodia para prosperar. É preciso ser uma formiga ágil.

* Marcela Navarro Corrêa, PSM, PSPO, MBA, KSD