Designers oferecem soluções criativas para os desafios lançados na COP 29
25 de novembro de 2024São Paulo, SP 25/11/2024 – É necessário um esforço global para apoiar empresas, tanto grandes quanto pequenas, que investem em design voltado à regeneração ambiental.
Designers de diversas áreas estão utilizando sua criatividade, seu conhecimento técnico e sua capacidade para resolver problemas para desenvolver soluções sustentáveis, transformando sistemas e impactando positivamente o planeta
A COP29 é a 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que acontece de 11 a 24 de novembro de 2024 na cidade de Baku, no Azerbaijão. Este evento internacional reúne países para debater mudanças climáticas e definir acordos e convenções globais da ONU. Os participantes avaliam o progresso coletivo para conter o aumento da temperatura média global, promover a adaptação à mudança do clima e outros temas.
O que está vindo à tona é a urgência de soluções inovadoras para enfrentar a crise climática. Neste cenário, uma profissão se destaca como peça-chave: o UX-Designer. Designers de diversas áreas estão utilizando sua criatividade, seu conhecimento técnico e sua capacidade para resolver problemas para desenvolver soluções sustentáveis, transformando sistemas e impactando positivamente o planeta. Fernanda Capelari, coordenadora do MBA em Future-Centered Design da FIAP, destaca que a interdisciplinaridade do design está se tornando um recurso essencial para enfrentar questões como fome, miséria e degradação ambiental. “A COP 29 foca na sustentabilidade, no meio ambiente e nas mudanças climáticas e o design regenerativo, uma abordagem emergente no ensino de design e tema central de nossos MBAs, tem se consolidado como uma resposta viável”, explica a professora Capelari.
O que é Design Regenerativo?
Diferente do design sustentável, que busca minimizar impactos negativos no meio-ambiente, o design regenerativo visa restaurar, melhorar e promover a saúde de ecossistemas inteiros. Esta abordagem estimula o uso de materiais biodegradáveis e práticas que rejuvenescem o ambiente, transformando problemas em oportunidades de regeneração. ‘Um exemplo prático é o uso de algas como matéria-prima para criar roupas, uma ideia que já tem protótipos, mas que ainda carece de escalabilidade e apoio financeiro”, afirma a professora.
Fernanda Capelari observa que o maior obstáculo para a adoção em massa dessas inovações é a falta de incentivos governamentais. “Mesmo em setores experimentais, como o da moda, que trabalha com biotecnologias sustentáveis, a escalabilidade é limitada sem apoio político e econômico”, avalia.
A união faz a força
Para Capelari, a COP 29 representa uma esperança. “É fundamental que haja uma cooperação internacional, que governos se unam para garantir incentivos a soluções regenerativas e sustentáveis”. Segundo ela, é necessário um esforço global para apoiar empresas, tanto grandes quanto pequenas, que investem em design voltado à regeneração ambiental. A criação de políticas públicas que promovam financiamento e inovação seria um passo decisivo.
O papel ativo dos designers
A professora enfatiza que os designers têm ferramentas e capacidade técnica para criar mudanças significativas. “Estamos em uma das maiores crises climáticas dos últimos anos e o designer tem o poder de contribuir positivamente. Mas precisamos de incentivos fiscais e governamentais”, pontua. No entanto, ela afirma que já existem soluções viáveis como softwares e plataformas que impactam positivamente o meio ambiente, como um aplicativo que transforma pesquisas na internet em plantio de árvores. A cada pesquisa realizada, a receita gerada por anúncios é utilizada para plantar árvores em áreas necessitadas ao redor do mundo. Desde seu lançamento, milhões de árvores já foram plantadas em regiões afetadas por desmatamento, ajudando a restaurar ecossistemas, combater mudanças climáticas e apoiar comunidades locais.
Capelari destaca ainda uma mudança cultural que está ajudando a impulsionar essa agenda. “Há uma nova geração, que chamo de ‘geração verde’, que valoriza produtos sustentáveis e exige práticas éticas das empresas. Este movimento é forte e cria uma demanda de mercado por produtos e serviços que respeitem o meio ambiente”. Assim, o design, alinhado às expectativas do consumidor e às necessidades do planeta, se torna uma ferramenta lucrativa e ecologicamente responsável.
A esperança é que a COP 29 ajude a catalisar uma transformação sistêmica, na qual o design não seja apenas uma resposta criativa, mas uma parte essencial de estratégias globais para um futuro mais verde e resiliente. “A ligação entre o que o usuário quer e o que o planeta precisa é clara, e a mentalidade sustentável é o caminho”, conclui Capelari.
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