Mercado imobiliário da Flórida acompanha a mudança do comportamento pós-pandemia
20 de abril de 202220/4/2022 – O lar virou o centro da vida, e ainda que a situação tenha se flexibilizado, as pessoas passaram a dar mais valor para suas moradias – Montenegro
Com a pandemia, o comportamento do consumidor mudou no mundo inteiro. Uma pesquisa, fornecida pela Quattro Real State, mostra que que 81% dos interessados em imóveis em Orlando buscam por espaços funcionais. Construtoras e incorporadoras se movimentam e apresentam empreendimentos para o novo padrão de consumidor.
Desde o início da pandemia, em 2020, o mercado imobiliário mundial passou por diferentes fases: da estagnação – ainda que por um curto período – ao aquecimento total. O comportamento do consumidor acompanhou essa mudança. Estudo divulgado pela Abrainc, em parceria com a Brain Inteligência Estratégica, traduz a realidade: 80% dos 14 mil entrevistados acreditam que a compra do imóvel influencia na qualidade de vida.
De acordo com dados da National Association of Realtors, a Flórida é o estado americano preferido de 22% dos investidores estrangeiros. Algumas associações, construtoras e incorporadoras do Estado fizeram pesquisas com investidores e entenderam que foi preciso se movimentar para entender o novo padrão de comportamento diante da pandemia.
Uma dessas pesquisas, cedida pela Quattro Real State Solution, mostra que ter um wi-fi café e salas de ginástica são características consideradas importantes ou muito importantes para mais de 50% do público no pós-pandemia. Os que priorizam espaços funcionais chegam a 81% na pesquisa.
Ronaldo Montenegro, incorporador na Flórida, investe no estado americano há mais de dez anos. Ele acompanhou essa mudança de comportamento de perto e notou que os modelos de imóveis estão começando a ser pensados para essa nova geração de pessoas. “De repente a casa tornou-se muito mais que moradia, ela virou escritório, sala de aula, academia, área de lazer. E então, o clubhouse dos empreendimentos precisam vir para funcionar como um hub, onde os moradores podem trabalhar na sala de reuniões, os filhos podem fazer o home schooling na bancada de trabalho, marcar encontros no café do próprio condomínio e praticar exercícios físicos na academia e salas dedicadas para atividades específicas”, explica Montenegro.
Assim como no Brasil, o serviço de lockers – os armários inteligentes usados para entregas de encomendas – viraram tendência. Eles aparecem na pesquisa indicando que 38% dos entrevistados priorizam os lockers da Amazon em um empreendimento imobiliário. O serviço aumentou demais nos Estados Unidos e as construtoras precisaram se adaptar às novas alternativas. Alguns empreendimentos novos já apresentam lockers exclusivos da Amazon e Instacart, as campeãs de vendas dos EUA. Para entregas de alimentos que precisam de refrigeração, já existe o locker com geladeira, preparado para preservar o alimento.
Ronaldo Montenegro acredita que lançar empreendimento para esse novo padrão de consumidor é um grande desafio. “Estamos, todos, há dois anos aprendendo a nova forma de viver e investir”, comenta Montenegro.
Mercado aquecido
Pesquisa do Relatório da Orlando Regional Realtor Association, em 2021, já apontava o aumento de 25% nas vendas das casas na região, quando comparado a 2020. A tendência foi notada em todas as cidades dos estados do Sul dos Estados Unidos.
A especialista em mercado imobiliário na Flórida, Ana Carolina Teixeira, também é diretora comercial da Quattro e vive em Orlando há mais de vinte anos. Ela acredita que o aquecimento do mercado imobiliário na Flórida é reflexo também do efeito migratório. “Americanos de outros estados, desde o início da pandemia, começaram a vir para a Flórida por conta do clima, do custo de vida e carga tributária menores”, diz.
O cenário atual naturalmente é ainda mais favorável para quem tem imóvel na Flórida. “No começo da pandemia muitos brasileiros começaram a investir em imóveis de forma remota, para ter retorno em dólar. Hoje, com as fronteiras abertas, o turismo aquecido, está tudo mais fácil”, explica Sandro Endler, diretor financeiro da Quattro.
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