Negócio de impacto social inaugura espaço para formação em corte e costura
26 de agosto de 2021 0 Por Redação Em NotíciaA ampliação acontece em uma nova fase, além de espaço para formação, a estrutura irá comportar uma loja própria para vendas das peças produzidas por costureiras da comunidade, uma oficina de confecção, um estúdio fotográfico e escritório.
O Costurando Sonhos Brasil inaugurou, na última segunda-feira (16), no Pavilhão Social G10 Favelas, em São Paulo, um novo espaço, três vezes maior que o primeiro, para atender mais mulheres, oferecendo formação em corte e costura. A nova estrutura comporta uma loja própria para vendas das peças produzidas por costureiras da comunidade, uma oficina de confecção, um estúdio fotográfico e escritório.
Os resultados alcançados pelo Costurando Sonhos Brasil têm sido replicados por líderes comunitários do G10 das Favelas que despertaram o interesse de aplicar o modelo em seus territórios. A exemplo do que foi realizado em Paraisópolis, junto ao Escritório de Negócios do G10 Favelas, o propósito da parceria é que a partir da metodologia construída e testada, seja possível capacitar mulheres em maior vulnerabilidade social, oferecendo um curso de formação profissional em corte, costura e empreendedorismo em comunidades como Casa Amarela, em Pernambuco, Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro; Coroadinho, no Maranhão; Baixada do Jurunas, em Belém do Pará; Betim, Minas Gerais; e Sol Nascente, em Brasília.
Uma pesquisa comparativa realizada pelo Outdoor Social Inteligência para o G10 Favelas entre moradores das maiores favelas do país aponta a realidade socioeconômica um ano depois do início da pandemia da Covid-19. A pesquisa mostra que 57% dos entrevistados mantiveram o emprego durante a pandemia. Dos 43% que ficaram desempregados, 43,8% começaram a empreender no último ano como alternativa para manter a renda familiar.
De acordo com Suéli Feio, uma das fundadoras da Costurando Sonhos Brasil, a expansão para outras comunidades se dá pela necessidade de oferecer mais oportunidade de trabalho para as mulheres de periferia, garantindo independência financeira. “Muitas mulheres perderam seus empregos nesta pandemia. Nesse momento, é muito importante que elas tenham alternativas para quem elas possam empreender em seu próprio negócio”, afirma.
A iniciativa surgiu como um curso de capacitação, uma forma de ajudar moradoras de Paraisópolis em situação de vulnerabilidade social, muitas delas, inclusive, vítimas de violência doméstica. Por meio do programa, as alunas, que antes não tinham renda e se sentiam dependentes de seus parceiros, conquistaram sua independência financeira, por meio da formação em cursos de capacitação em corte e costura.
Nestes quatro anos de atuação, mais de 240 mulheres receberam capacitação e certificação em corte e costura do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Em 2020, cerca de 80 mulheres foram contratadas para trabalharem em home office na produção de máscaras de tecidos. Desde o início da pandemia, a iniciativa já doou mais de 1.900.000 máscaras.
O negócio de impacto social contempla também criação de uma frente de negócios, o desenvolvimento de produtos próprios e conexão com uma rede de potenciais clientes e parceiros locais. As peças produzidas podem ser compradas na loja física ou pelo site: www.costurandosonhos.com.br
Escritórios de negócios
O G10 Favelas criou 10 iniciativas para impulsionar a economia criativa nas comunidades do país. O modelo de negócios tem se tornado referência, oferecendo microcrédito, formação e apoio para microempreendedores das favelas. Na última segunda-feira, o Pavilhão do G10 Favelas, em São Paulo, recebeu o presidente nacional do SEBRAE, Carlos Melles, e uma comitiva com diretores de todo o Brasil com objetivo de conhecer as iniciativas e troca de experiências com empreendedores de Paraisópolis que foram atendidos pelo SEBRAE Aqui.
Segundo o presidente do G10 Favelas, Gilson Rodrigues, assim como a Costurando Sonhos Brasil, outras iniciativas serão levadas para outras comunidades do país, com objetivo de oferecer formação e geração de renda. “As favelas têm um potencial de consumo muito grande. Nós estamos criando nossas próprias políticas públicas voltadas para os empreendedores desses territórios. Por meio dos escritórios de negócios do G10 Favelas vamos levar investimentos e formação para o micro e pequeno empreendedor possa ter oportunidade, alavancar o seu negócio e, assim, contribuir para que o dinheiro continue circulando dentro da própria comunidade”, comenta.