Impactos do isolamento social chamam a atenção para a saúde capilar
2 de setembro de 2021 0 Por Redação Em NotíciaPessoas enquadradas neste fenômeno certamente já apresentavam algum grau de insatisfação relacionadas à calvície
Médicos comentam sobre os efeitos da quarentena na autoestima da população
No encontro diário com a própria imagem nas telas do celular, tablet ou computador, em meio a reuniões ou bate-papos, as pessoas passaram a se enxergar com um ‘novo olhar’, ou seja, com a frequente visão de si mesmos diante da autoimagem. Como o fato de olhar para si mesmo também pressupõe críticas – tanto negativas quanto positivas -, a procura por tratamentos que possam adequar a feição àquilo que é esperado pelo indivíduo aumentou.
Somente em 2019, por exemplo, houve um crescimento de 13,5% na realização de procedimentos cirúrgicos no rosto e na cabeça, em comparação ao ano anterior, segundo o ISAPS (International Society of Aesthetic Plastic Surgery). Tratando-se desta região do corpo, há de se destacar um elemento da aparência que possui alta taxa de influência na autoestima das pessoas: os cabelos.
Com efeito, a preocupação com a estética capilar vem crescendo e isso é corroborado por um estudo encomendado pela Head & Shoulders, empresa de cosméticos capilares que, em 2018, entrevistou 1.300 pessoas em oito cidades do Brasil – São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba, Porto Alegre, Florianópolis, Recife e Manaus – e apontou que 85% dos entrevistados acreditavam que o cabelo influencia na autoestima. Já em 2020, com a necessidade do isolamento social devido à pandemia decorrente do novo coronavírus, pessoas passaram a conviver com um misto de sentimentos que inclui estresse, ansiedade e problemas relacionados à autoestima. Os reflexos de tais condições não só são sentidos pelo corpo como também vistos.
Saúde mental e também capilar
Um estudo realizado em dezembro do ano passado pela SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia) que apontou que a quarentena gerou maior ansiedade e estresse nas pessoas, fatores que podem servir de gatilho para a queda capilar, afetando a autoestima. Ainda que a origem da calvície possua muitas variáveis, também chama a atenção outro dado levantado durante o período de isolamento social: entre junho de 2020 a junho de 2021, a procura por transplante capilar cresceu em 85%, de acordo com o reportado pela Associação Internacional de Restauração Capilar. Ambos os contextos abrem espaço para investigações sobre as razões pelas quais a procura de tratamento se fez tão intensa nos últimos meses.
Para Cristina Nakano, cirurgiã-chefe da Clínica Guardiões do Cabelo, o contato visual frequente com a própria imagem desencadeia uma percepção mais direta. “A queda dos cabelos pode impactar significativamente na aparência das pessoas, levando-as a buscarem procedimentos que visam solucionar o problema, como é o caso do transplante capilar”. A médica afirma ainda que “o isolamento social também aumentou a percepção, fazendo com que as pessoas reparem mais nas condições do corpo”.
Busca pelo bem-estar
Nakano diz que, com essa percepção por parte da população, os procedimentos estéticos se tornaram fonte de bem-estar. “Quando a pessoa se sente desconfortável consigo mesma e procura por melhorar algo que não a satisfaz, não é só a autoestima que é melhorada, mas o bem-estar também. Hoje, no país, temos muitas pessoas com calvície, que, talvez, se não fosse o home-office, não teriam estímulo para tratar”.
Segundo dados da SBC (Sociedade Brasileira do Cabelo), hoje no país existem cerca de 42 milhões de pessoas com calvície, sendo mais de 60% desse público homens acima de 50 anos. A pesquisa aponta que a perda de cabelo também atinge mulheres, sendo possíveis fatores desencadeadores disso a herança genética, causas emocionais e traumas, além do desequilíbrio hormonal.
De acordo com o diretor-clínico do Grupo Speranzini, Dr. Mauro Speranzini, a queda de cabelo é um problema muito antigo, mas que está sendo reparado agora. “A perda de cabelo foi intensificada pela pandemia, com os sentimentos de estresse e ansiedade, mas é um problema muito antigo e que começou a ser reparado por conta do teletrabalho e das diversas aparições na câmera. A tendência é que os procedimentos estéticos que visam melhorar essa condição, sejam cada vez mais procurados”.
Para mais informações: https://guardioesdocabelo.com.br/
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