Morte pós-queda de idosos aumenta 421% em 16 anos

Morte pós-queda de idosos aumenta 421% em 16 anos

13 de julho de 2021 0 Por Redação Em Notícia

Mais de 80% das internações de pessoas de 65 anos ou mais na ala de ortogeriatria do HB são em decorrência de uma queda

A pandemia limitou a circulação e a atividade em lugares públicos, especialmente para os da terceira idade, o que resultou no aumento das quedas em casa.

Um dado alarmante tem chamado a atenção de especialistas e dos familiares de idosos: o número de mortes desta parcela da população do Estado de São Paulo, em decorrência de uma queda, aumentou 421% em 16 anos. Em 2000 foram registradas 644, contra 3.361, em 2016, de acordo com estudo feito pela ONG Liga Solidária. A expectativa de vida também cresceu nos últimos 40 anos, dobrando a população com mais de 60 anos na capital paulista, de 6,2%, em 1980, para 15% atualmente, de acordo com a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados, Saede. Até 2030 a instituição estima que este valor aumente para 20%. A pandemia, por sua vez, limitou a circulação e a atividade em lugares públicos, especialmente para pessoas da terceira idade.

Sendo assim, o excesso de tempo deles em casa, por causa do isolamento social, tem contribuído para mais acidentes e quedas. Esta variação chega aos hospitais e tem impactos decisivos na qualidade de vida do idoso e de seus familiares. “Mais de 80% das internações de pessoas de 65 anos ou mais, em nossa ala, hoje, são em decorrência de uma queda. Quando isso acontece com um paciente acima de 85 anos, a chance de ele morrer é de uma em cada cinco, de acordo com estudos”, explica a médica do setor de ortogeriatria do Hospital de Base (HB) de Rio Preto, Dra. Laura Fernanda Cardoso.

Ainda de acordo com a médica, que integra a equipe do HB, que é certificado com o Selo Amigo do Idoso, a importância está justamente na prevenção, já que “há um impacto psicológico e social atrelado à queda. A perda ou dificuldade de mobilidade e a dependência de outros causam depressão neste grupo. Então, a mortalidade não vem só das consequências físicas das fraturas de quadril, perna, ombro, coluna etc., mas também da perda do convívio social e da qualidade de vida. Afeta o idoso e toda a sua família. Existem adaptações e modificações simples que podem ser feitas na casa [lugar onde principalmente ocorrem os problemas] e no cotidiano, pode-se evitar a queda e todas as outras decorrências dela”, alerta a médica.

Como prevenir

As medidas de prevenção em domicílio são simples e começam por se identificar os riscos. Os principais fatores imutáveis são a idade avançada, o sexo feminino e quedas prévias.

Os fatores externos são a iluminação do lugar, piso escorregadio ou molhado, escadas, obstáculos nos caminhos e banheiro sem barra de proteção, por exemplo. Para prevenir o problema, basta fazer pequenas adaptações no ambiente onde o idoso vive. Entre eles estão a retirada de tapetes e objetos espalhados pela casa, iluminar bem os cômodos, evitando-se andar no escuro, mesmo que se conheça o caminho, e a instalação de corrimãos. O uso do sapato ideal também é fundamental. Por exemplo, a médica indica que se dê preferência aos que prendem no calcanhar e no pé, evitando o uso de chinelos.

“Não podemos deixar de ressaltar a importância do uso de dispositivo adequado para a locomoção (bengalas, andadores etc.), a suplementação de vitamina D quando baixa, tratamento da osteoporose e de outras doenças metabólicas relacionado com o metabolismo ósseo”, pontua a Dra. Laura F. Cardoso.

Website: https://www.hospitaldebase.com.br/noticia

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