2024: desafios climáticos exigem ações efetivas para a conservação do meio ambiente
27 de dezembro de 2023Aumento da temperatura global, dos registros de chuvas intensas, entre outros eventos extremos, sinalizam a necessidade de proteção de áreas verdes de grande relevância, como a Serra do Japi
O ano de 2023 tem sido um grande laboratório para simular os modelos climáticos do futuro. “O Brasil vem sofrendo com os eventos extremos, sobretudo após os anos 2000”, observa Ana Ávila, meteorologista do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Unicamp. “Presenciamos o aumento da frequência e da intensidade das ondas de calor e o registro de chuvas intensas, causadoras de inúmeros desastres”, completa. Além de consolidar a transição para o uso de energias limpas, cientistas de todo o mundo apontam a urgência de proteger e recompor florestas e áreas verdes no perímetro urbano e alterar as formas de produção agrícola.
De acordo com o Relatório Síntese sobre Mudança Climática 2023, elaborado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), a temperatura global aumentará em 1,5ºC na primeira metade da próxima década e será muito difícil controlar o aumento da temperatura dentro de 2ºC até o final do século 21. Recentemente, a Nasa informou que 2023 foi o ano mais quente já registrado desde 1850. E 2024, projeta a agência espacial norte-americana, tem potencial para superar as temperaturas deste ano.
“Com esses indicadores, precisamos mudar a cultura no País se quisermos evitar perdas econômicas e principalmente vidas”, afirma Ana Ávila. “Há necessidade de planejamento em relação às formas de produção agrícolas e ao meio ambiente.”
Em sua segunda fase, o projeto Olhos da Serra, iniciativa do Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Consórcio PCJ), com o patrocínio da Coca-Cola Brasil e da Coca-Cola FEMSA Brasil, elenca ações com foco prioritário na preservação da Serra do Japi.
“Diante das mudanças climáticas, 2024 se torna um ano desafiador para todos nós. E há a necessidade de intervenções urgentes nos municípios para garantir água, assim como a proteção de florestas, matas e pontos de recarga”, afirma Eduardo Paniguel, gestor do Olhos da Serra pelo Consórcio PCJ.
Com atividades de conservação e de recuperação de uma das últimas grandes áreas de floresta contínua do Estado de São Paulo, o Olhos da Serra vem intensificando o monitoramento da Reserva Biológica da Serra do Japi, capacitando brigadistas para prevenção e combate a incêndios florestais.
Parte relevante do projeto, as ações de educomunicação vêm reforçando o pertencimento da população à região, com o propósito de evitar a degradação de uma área muito sensível e de rica biodiversidade.
A recomposição florestal, imprescindível à proteção do solo e dos recursos hídricos nas propriedades na Serra do Japi, assim como a recuperação de áreas de preservação permanente, se juntam às iniciativas do projeto.
Também nos investimentos voltados ao saneamento rural, o Olhos da Serra prevê a implantação de uma propriedade modelo, que contempla, entre outras ações, o plantio de árvores nativas, sistemas de tratamento de efluentes e gestão de resíduos. A todas essas iniciativas, o gestor acrescenta a importância da participação e do fortalecimento dos conselhos de meio ambiente e de legislações para proteção do território.
“O Olhos da Serra, na verdade tem muitos olhares voltados para a Serra do Japi. Há o olhar das populações engajadas no projeto, os olhos dos brigadistas, dos satélites e dos monitores para coibir abusos ao meio ambiente e o olhar humano, que entende a urgência de preservar a floresta e todos os seus recursos para a sobrevivência das populações do presente e do futuro diante dos desafios climáticos”, conclui Paniguel.