RS leva viticultura sustentável à pauta da COP30
10 de novembro de 2025Modelo de assistência técnica voltado à adaptação climática dos vinhedos e investimentos superiores a R$ 2 milhões por ano em sustentabilidade colocam a cooperativa da Serra Gaúcha da entre os exemplos brasileiros no evento em Belém
As transformações provocadas pelas mudanças climáticas nos vinhedos da Serra Gaúcha serão apresentadas na COP30 como exemplo de adaptação sustentável baseada em ciência e cooperação. A experiência, que recebe mais de R$ 2 milhões anuais em investimentos em pesquisa e manejo agrícola, vem ampliando a resiliência da produção de uvas diante do aumento das temperaturas e da irregularidade das chuvas.
A apresentação ocorre no dia 11 de novembro, às 17h, na Green Zone, em Belém (PA), no espaço da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB).

O programa, criado em 2015, busca mitigar efeitos como erosão, perda de fertilidade do solo e escassez hídrica — desafios intensificados pelo avanço das mudanças climáticas. As ações incluem o uso de coberturas vegetais, manejo conservacionista e a difusão de conhecimento técnico entre 1.100 famílias produtoras associadas à Cooperativa Vinícola Aurora, que cultivam em média 2,8 hectares de vinhedos cada.
Com apoio técnico e científico de instituições como Emater/RS, Embrapa Uva e Vinho, Embrapa Trigo, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Universidade de Caxias do Sul (UCS), Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), Consevitis-RS e Santagro, o programa realiza estudos de campo, dias de campo, publicações técnicas e eventos voltados à difusão do conhecimento.
Um dos destaques é a Feira Vitis Aurora, que já reuniu mais de 4 mil visitantes interessados em práticas sustentáveis aplicadas à viticultura.
Resultados que comprovam a eficácia das práticas sustentáveis
As propriedades que adotaram o sistema registraram redução média de cinco para até uma aplicação anual de herbicidas, além de melhorias na estrutura biológica e química dos solos. As videiras também se mostraram mais resistentes a extremos climáticos.
Durante as chuvas históricas de maio de 2024, por exemplo, áreas com cobertura vegetal apresentaram menor erosão e melhor retenção de água, evidenciando o papel das boas práticas agrícolas na adaptação ao novo regime climático.
Cooperação como resposta à crise climática
“Trata-se de um exemplo concreto de como o cooperativismo pode ser protagonista nas soluções para a crise climática. Mostramos que é possível produzir com responsabilidade ambiental e garantir renda às famílias que vivem da viticultura”, afirma Maurício Bonafé, gerente agrícola da cooperativa.
Alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS 12 e 13), o programa reforça a importância da ciência e da cooperação como caminhos para a agricultura resiliente.
“A viticultura brasileira tem potencial para ser referência mundial em adaptação climática sustentável”, completa Bonafé.
Website: https://www.vinicolaaurora.com.br/






