Pecuária de confinamento deve impulsionar mercado brasileiro
9 de junho de 2025Avanços tecnológicos e foco em sustentabilidade têm tornado o modelo mais eficiente e competitivo no Brasil, fazendo com que o setor registre aumento expressivo nos últimos anos
A pecuária de confinamento tem ganhado cada vez mais espaço no Brasil como alternativa eficiente para a produção de carne bovina. Dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), publicados pelo portal G1, indicam que o país conta atualmente com aproximadamente 7,5 milhões de cabeças de gado confinadas.
Esse crescimento representa um avanço expressivo em relação a 2018, quando foram registradas cerca de 3,8 milhões de cabeças nesse sistema. Além disso, o modelo já responde por pelo menos 21,3% do abate no país, consolidando sua importância na cadeia produtiva.
Segundo Lutz Victor, pecuarista da Fx4 Agro, essa expansão demonstra o potencial do confinamento para atender à crescente demanda por carne bovina de qualidade tanto no Brasil quanto em mercados internacionais. “O aumento na procura incentivou os pecuaristas a investirem em sistemas mais eficientes, e o confinamento se mostrou uma solução viável”, explica.
Além da eficiência na gestão dos recursos, o especialista destaca a redução dos custos operacionais como um dos principais benefícios do modelo. “A concentração do gado em espaços menores permite uma administração otimizada dos insumos, aumentando a rentabilidade e garantindo uma produção mais previsível, algo essencial em um mercado altamente competitivo”, avalia.
Eficiência e sustentabilidade
Outro fator crucial para o avanço do confinamento é o controle alimentar rigoroso, que impacta diretamente na conversão biológica do gado. “Avanços em nutrição, genética e manejo permitem que os animais ganhem peso de forma mais rápida e com maior eficiência alimentar”, afirma Victor.
Um relatório da Cargill, também divulgado pela pela publicação do G1, aponta que nos últimos cinco anos a adoção de práticas aprimoradas no confinamento resultou em um aumento de 4% na eficiência biológica, reduzindo a quantidade de ração necessária para o desenvolvimento do gado até o abate.
“No confinamento, os animais recebem dietas formuladas com precisão, garantindo um aproveitamento superior dos nutrientes. Além disso, o modelo favorece o bem-estar ao proporcionar um ambiente estável, com abrigo e acesso constante à água limpa, fatores que refletem positivamente na saúde e na produtividade do rebanho”, destaca Victor.
A questão ambiental também vem ganhando espaço no debate sobre o confinamento. Para o especialista, esse sistema pode desempenhar um papel importante na preservação dos recursos naturais ao reduzir a necessidade de grandes áreas de pastagem.
“A menor ocupação de terras minimiza a pressão sobre os ecossistemas e facilita a conservação de florestas e recursos hídricos. Além disso, tecnologias modernas ajudam a mitigar a emissão de gases de efeito estufa, tornando o confinamento um modelo mais alinhado às exigências globais de sustentabilidade”, explica.
Tecnologia como diferencial competitivo
Diante das mudanças na indústria pecuária, muitas empresas têm investido em tecnologia para aumentar a produtividade e garantir qualidade na produção, em vez de expandir a ocupação de terras. Sistemas automatizados de alimentação, monitoramento da saúde animal e rastreabilidade oferecem maior controle da produção, reduzindo custos operacionais e ampliando a competitividade no mercado global.
“O consumidor moderno valoriza carne de alta qualidade e certificações que garantam práticas sustentáveis e de bem-estar animal. O confinamento, aliado à inovação tecnológica, permite atender a essas exigências sem comprometer a eficiência produtiva”, ressalta Victor.
Projeções para o futuro
Com a tecnologia e a sustentabilidade moldando o setor, a expectativa é que o confinamento continue crescendo. A aplicação de inteligência artificial (IA), biotecnologia e automação deve potencializar ainda mais a produção, tornando-a mais eficiente e ambientalmente responsável.
Além disso, a ampliação de mercados internacionais, especialmente na Ásia e no Oriente Médio, poderá impulsionar ainda mais a demanda por carne bovina brasileira, afirma o especialista da Fx4 Agro. “A integração do confinamento com outras práticas agrícolas, como agricultura de precisão e produção de biocombustíveis, pode se tornar mais comum, promovendo uma utilização mais eficiente dos recursos disponíveis”.
Para o pecuarista, o Brasil está se preparando para um futuro dinâmico, onde eficiência, qualidade e sustentabilidade serão essenciais para o sucesso do setor. “Os avanços em tecnologia e manejo indicam que o confinamento continuará sendo um pilar fundamental na pecuária brasileira”, conclui.
Para saber mais, basta acessar: http://www.fx4agro.com.br