Tecnologia: estudo mostra tendências de trabalho para 2025
17 de dezembro de 202417/12/2024 –
O balanço aponta quais são as principais oportunidades para vagas efetivas e por projetos; Cristina Boner traça perspectivas do mercado de trabalho de tecnologia para o próximo ano
Uma sondagem divulgada pela Robert Half revelou quais são as principais tendências de contratação e salários do setor de tecnologia para 2025. Os cargos mais demandados em tecnologia para vagas efetivas são Gerente de Tecnologia da Informação (TI) Generalista, Desenvolvedor Back-end, Coordenador de Segurança da Informação e Gerente de Projetos.
Já para demandas por projetos, as principais oportunidades são para Desenvolvedor Full-stack, Analista de Infraestrutura, Analista de Business Intelligence (BI) e Consultor ERP (Enterprise Resource Planning – Planejamento de Recursos Empresariais, em português).
A pesquisa destaca que o mercado de tecnologia brasileiro vem passando por uma transformação dinâmica, graças às empresas que investem em tecnologia a fim de melhorar operações e experiências dos clientes.
No entanto, para Boner, existe um desequilíbrio entre a oferta e a demanda de profissionais qualificados, o que resulta em salários atrativos e uma alta competitividade por talentos. “Essa lacuna também reflete a necessidade de investimentos em educação e qualificação técnica para suprir as exigências do mercado”.
Ela observa que a pesquisa da Robert Half destaca cargos com salários a partir de R$ 3 mil (Analista de Suporte Júnior) até cargos com remuneração de R$ 50 mil (Chief Information Officer – CIO).
Diante disso, na visão de Boner, o profissional que atua – ou pretende atuar – nessa área deve considerar alguns fatores ao escolher sua especialização em TI:
- Interesses pessoais: identificar áreas que despertam maior interesse, como desenvolvimento de software, cibersegurança, análise de dados, ou gestão de TI;
- Tendências de mercado: observar setores em crescimento, como Inteligência Artificial (IA), big data e computação em nuvem;
- Habilidades e aptidões: avaliar quais competências técnicas e comportamentais já possui ou deseja desenvolver;
- Objetivos de carreira: decidir entre caminhos técnicos (como desenvolvimento ou engenharia de software) e gerenciais (como liderança e estratégia);
- Perspectivas financeiras: analisar a faixa salarial e as oportunidades de crescimento em cada área, sempre alinhando com o prazer em desempenhar as funções.
Setor esbarra em falta de profissionais qualificados
De acordo com a pesquisa da Robert Half, entre as habilidades técnicas mais difíceis de serem encontradas pelas contratantes, estão IA, automação e aprendizado de máquina. Boner atribui essa dificuldade a diversos fatores:
- Alta complexidade técnica: IA e aprendizado de máquina demandam um profundo conhecimento em matemática, estatística e programação;
- Evolução constante: as tecnologias nessa área estão sempre mudando, exigindo aprendizado contínuo;
- Falta de cursos especializados: ainda há carência de programas educacionais e treinamentos acessíveis que preparem profissionais de forma prática e atualizada;
- Competição global: profissionais brasileiros frequentemente competem com talentos internacionais, já que muitas empresas contratam remotamente;
- Desconexão com o ensino básico: a ausência de uma base sólida em ciências, tecnologia, engenharia e matemática (STEM, na sigla em inglês) no ensino fundamental e médio pode afetar a formação de talentos na área.
Quais são as certificações mais buscadas?
Segundo Boner, as certificações destacadas como principais pelas demandas do setor (CCNP, AWS, CompTIA, COBIT) refletem habilidades técnicas reconhecidas globalmente e aumentam a empregabilidade no setor de TI:
- Cisco Certified Network Professional (CCNP) : foco em redes e infraestrutura, ideal para quem deseja atuar em administração e implementação de redes de alta performance;
- Amazon Web Services (AWS): relevante para profissionais de computação em nuvem, com certificações em áreas como arquitetura, desenvolvimento e operações em nuvem;
- Computing Technology Industry Association (CompTIA): certificações generalistas, cobrindo desde fundamentos de TI (CompTIA A+) até cibersegurança (CompTIA Security+);
- Control Objectives for Information and Related Technologies (COBIT): direcionada a governança de TI, recomendada para quem busca posições de liderança ou gestão estratégica.
Profissionais devem investir em habilidades
Boner também destaca que, para quem desejar começar a atuar profissionalmente nessa área, há determinados elementos que devem ser considerados, para além das certificações técnicas.
De acordo com a empresária e profissional da área de tecnologia, além das certificações técnicas, é importante desenvolver:
- Habilidades interpessoais: como comunicação, trabalho em equipe e resolução de problemas;
- Inglês: essencial para acessar materiais de estudo, interagir com equipes globais e obter certificações internacionais;
- Portfólio prático: construir projetos reais, mesmo que pessoais, para demonstrar habilidades técnicas;
- Aprendizado contínuo: manter-se atualizado com as tendências e ferramentas do setor;
- Networking: participar de eventos, comunidades e grupos de tecnologia para trocar experiências e criar conexões profissionais.
- Pensamento crítico e adaptabilidade: qualidades necessárias para resolver problemas e acompanhar a rápida evolução tecnológica.
“O setor de TI valoriza profissionais que possuem visão estratégica do impacto da tecnologia nos negócios. Assim, além do conhecimento técnico, é importante entender como a TI pode ser usada para gerar valor, aumentar a eficiência e promover a inovação”, explica Boner.
Para a empresária, participar de hackathons, projetos open source ou cursos on-line gratuitos pode ser um ponto de partida para ganhar experiência prática e se destacar no mercado.
Para mais informações, basta acessar: Cristina Boner (@cristina.boner) | Cristina Boner | LinkedIn