Autismo: acesso a tratamento por plano é possível
25 de janeiro de 2024São Paulo 25/1/2024 – “Criamos modelo que pode ser reproduzido em todo país a fim de garantir atendimento com as principais terapias necessárias para o desenvolvimento dos autistas”
Nos últimos 20 anos, a prevalência do diagnóstico do transtorno do espectro autista quadruplicou em todo o mundo. No Brasil, no entanto, o acesso ao tratamento não é simples, seja pelo SUS ou por quem tem plano. MedAdvance propõe parcerias com operadoras para reduzir demandas judiciais e potencializar tratamento precoce. A ideia é chegar a 5 mil crianças atendidas nos próximos anos, garantindo 2,5 milhões de horas de teapira/ano.
Com o aumento no número de diagnósticos do transtorno do espectro autista (TEA) em todo mundo, a saúde pública e privada brasileira se vê com o desafio de prover de forma adequada todas as terapias necessárias para o desenvolvimento destas crianças. Apesar de não haver um estudo consistente no Brasil sobre o tema, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), respeitado instituto dos Estados Unidos, indicou que o número de casos de autismo era de 1 a cada 36 em 2020, uma prevalência quatro vezes maior que em 2000. Com unidades em São Paulo e Macapá, a rede de clínicas MedAdvance investe em parcerias com planos de saúde para tornar viável o diagnóstico e tratamento precoce de crianças com diagnóstico de autismo, TDAH e TOD e pretende chegar a 30 novas unidades até o final de 2028.
No mercado desde 2021, a MedAdvance já realizou 100 mil horas de atendimento a famílias e crianças de 0 a 7 anos nas duas praças. O objetivo é chegar a 5 mil crianças atendidas de forma regular nos próximos cinco anos, o equivalente a 2,5 milhões de horas de terapias por ano. Para essa expansão, o plano de negócios de Janderson Silveira, CEO e sócio-fundador da MedAdvance, está focado em parcerias com as operadoras de saúde e captação de recursos de investidores para entrarem como sócios em clínicas regionais. Para isso, abrirá rodadas de captação de até R$ 30 milhões nos próximos dois anos.
“Estima-se que cerca de 300 mil crianças possuam planos de saúde, mas muitas só acessam tratamentos por meio de demandas judiciais, que acabam gerando custo mensal de até R$ 35 mil (por beneficiário), para fornecer as terapias necessárias. Levantamento feito pela nossa equipe identificou que apenas uma das maiores operadoras de planos de saúde gasta cerca de R$ 30 milhões/mês para tratamento de crianças autistas”, esclarece o CEO da MedAdvance, Janderson Silveira.
E ele complementa: “No Brasil, o investimento anual dos planos de saúde é da ordem de R$ 1 bilhão com essas crianças. A MedAdvance surgiu justamente com o foco no atendimento por meio de plano de saúde, com qualidade internacional das terapias, alta especialização dos profissionais de saúde, modelo administrativo, financeiro e de tecnologia próprios, tudo isso gerando uma redução de cerca de 60% na despesa das operadoras”.
Oferta x demanda – O Sistema Único de Saúde (SUS) ainda não consegue absorver toda a demanda e são poucas as clínicas integradas que oferecem, pelo menos, as especialidades primordiais para o tratamento (como fonoaudiologia, terapia ocupacional e psicologia) em um só lugar e por meio do plano. A maioria, atende 100% de forma privada, o que exige das famílias investimentos mensais entre R$ 10 mil e R$ 25 mil.
A Organização Mundial de Saúde (OMS), estima que o território brasileiro tenha cerca de dois milhões de autistas, segundo números levantados em 2010. Mas um estudo recente do Centro de Controle de Doenças e Prevenção (CDC), dos Estados Unidos, mostrou que 1 em cada 36 crianças, aos 8 anos de idade, é diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Se as proporções deste levantamento forem aplicadas à população brasileira, há cerca de 6 milhões de autistas no país — diagnosticados ou não.
Operadoras como SulAmérica, GEAP, Cassi, Unimed e Aliança já aderiram aos serviços da MedAdvance.
“Estamos em conversas avançadas com os principais planos para aumentar nossa atuação no Brasil e promover ainda mais atendimentos. O aporte total deve chegar a R$ 30 milhões. Até final de 2028, pretendemos já ter novas clínicas nos mercados do Rio de Janeiro, Ceará e Porto Alegre”, reforça Janderson Silveira.
Com um aporte inicial de R$3 milhões, a empresa iniciou a operação no Norte do país e, em menos de um ano, abriu uma nova estrutura em São Paulo. “Iniciamos a nossa operação em Macapá, pois entendemos que a demanda era imensa e fomos percebendo que existe uma carência de atendimento multidisciplinar no Brasil inteiro. Os tratamentos oferecidos aos pais, muitas vezes, chegam a valores exorbitantes, o que impacta na manutenção da saúde suplementar e no bolso de milhares de famílias que precisam desenvolver seus filhos”, explica o CEO da MedAdvance.
Principais terapias em um só lugar – As clínicas MedAdvance já atendem a 100% de pacientes por meio de planos de saúde, oferecendo serviços de neuropediatria, terapia ocupacional, fonoaudiologia e psicologia ABA, que representam 90% dos tratamentos mensais necessários para a criança autista, em um só lugar e feito de forma integrada. Além do atendimento com profissionais que possuem todas as certificações exigidas para o atendimento de crianças autistas, a rede MedAdvance também atua na qualificação profissional das diversas especialidades, como centro nacional de pesquisa do autismo em parceria com universidades e produtor de estudos e dados sobre o tema. O acompanhamento da evolução de cada paciente é feito de forma integrada, por meio de softwares especializados.
Sentido de propósito e a necessidade de intervenção precoce – A sócia de Janderson Silveira é a fonoaudióloga especializada em linguagem Marília Macêdo, que também é mãe de uma criança atípica. “Nesta primeira fase, decidimos focar o atendimento da MedAdvance na faixa etária de 0 a 7 anos, que é a fundamental para a intervenção precoce e maior ganho evolutivo da criança com as terapias. Criamos modelo de atendimento integrado e acompanhamento evolutivo que tem feito a diferença na vida das famílias”, esclarece Marília Macêdo.