PF deflagra a Operação 3FA para investigar invasão aos sistemas do CNJ e BNMP
2 de agosto de 2023Policiais federais cumprem quatro mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva
A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (2/8), a Operação 3FA com o objetivo de esclarecer a atuação de indivíduos na invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e na inserção de documentos e alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP).
Estão sendo cumpridos dois mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva no estado de São Paulo e três mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, além de análise do material apreendido.
As ações ocorrem no escopo de inquérito policial instaurado para apurar a invasão ao sistema do CNJ, que tramitou perante a Justiça Federal, mas teve declínio de competência para o Supremo Tribunal Federal em razão do surgimento de indícios de possível envolvimento de pessoa com prerrogativa de foro.

Os crimes apurados ocorreram entre os dias 4 e 6 de janeiro de 2023, quando teriam sido inseridos no sistema do CNJ e, possivelmente, de outros tribunais do Brasil, 11 alvarás de soltura de indivíduos presos por motivos diversos e um mandado de prisão falso em desfavor do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
As inserções fraudulentas ocorreram após invasão criminosa aos sistemas em questão, com a utilização de credenciais falsas obtidas de forma ilícita, conduta mediante a qual o(s) criminoso(s) passaram a ter controle remoto dos sistemas.
Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica.
O nome da “Operação 3FA” é uma referência à autenticação de dois fatores (2FA), método de segurança de gerenciamento de identidade e acesso que exige duas formas de identificação para acessar recursos e dados, sendo que, tendo os investigados violado o sistema, foi necessária a atuação do Estado (PF, MPF e Judiciário), que atuou na repressão à conduta criminosa e na prevenção a novas ações semelhantes.
Alvos
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), um dos alvos da operação da Polícia Federal deflagrada nesta quarta-feira (02), deverá prestar depoimento na sede da PF após os agentes cumprirem mandados de busca e apreensão em seus endereços, dentre eles o gabinete parlamentar e a residência da deputada na Asa Sul, em Brasília. A deputada estava presente na residência no momento em que sua residência foi vasculhada.
Depois do cumprimento de mandados de busca e apreensão no apartamento e no gabinete de Zambelli, a parlamentar convocou uma coletiva de imprensa, às 11h, no Salão Verde, da Câmara dos Deputados.
Além da parlamentar, Walter Delgatti, conhecido como o “hacker da Vaza Jato”, foi preso preventivamente em São Paulo pela PF.
A investigação tem como objetivo apurar a invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a inserção de alvarás de soltura falsos no banco nacional de mandados de prisão.






