Porque o futebol consegue tanto investimento em marketing e os demais esportes não?

Porque o futebol consegue tanto investimento em marketing e os demais esportes não?

12 de agosto de 2021 0 Por Priscila Guidini

Desde o início das Olimpíadas esse questionamento tem me martelado

Como o futebol movimenta quantias bilionárias e os demais atletas de alta performance sofrem tanto com falta de recursos até para treinar???

Óbvio que a visibilidade televisiva do futebol é a primeira resposta, mas aí vem a questão do tipo quem nasceu primeiro – ovo ou a galinha, ou seja: o futebol aparece porque gera receita, ou gera receita porque aparece???

Enquanto vemos a realidade dura de atletas olímpicos sem patrocínio e com grandes conquistas, as notícias do contrato do Messi com o PSG que beira 35 milhões de euros por ano. É muita diferença.

Bora entender porque as empresas preferem investir seus recursos em futebol!

  • A primeira questão tem realmente a ver com o quanto o esporte aparece na mídia. Com pouca visibilidade há dificuldade das empresas em se interessarem em colocar sua marca, uma vez que ela será pouco vista.
  • Outro ponto importante é a falta de um olhar mais amplo das empresas em como usar esse investimento em atletas: pode-se usar a imagem na comunicação com consumidores e funcionários. Explorar todo o discurso de disciplina e superação que o esporte exige e ter esse patrocínio revertido em diversas ações.
  • Como não é possível para os atletas controlar a cobertura da mídia em suas modalidades, o que pode ser feito, é o próprio esportista trabalhar sua marca pessoal – o que pode gerar interesse das empresas. Isso o futebol sabe fazer muuuuito bem, tornando seus jogadores ídolos.

Para se ter uma ideia, a marca Paris Saint-Germain teve um salto no seu faturamento de 486,2 milhões de euros para 635,9 milhões em dois anos após a contratação de grandes NOMES (percebe que coloquei nomes, não jogadores…kkk) como Neymar e Mbappé.

Essa semana após a divulgação da ida do Messi para o time, as buscas no site da Centauro por ‘PSG’ produtos e acessórios relacionados, cresceram incríveis 93%.

Ou seja, se por um lado falta visão empresarial pelas marcas de como utilizar melhor os patrocínios esportivos, por outro, os atletas precisam aprender como se vender melhor.

As mídias digitais podem facilitar muito esse cenário para os atletas. Gerar conteúdo e se tornar um influenciador fará com que as marcas queiram se aproximar. Um bom exemplo é a rede do Douglas Souza do Vôlei. Ele publica vídeos divertidos do seu cotidiano e já conta com mais de 3K de seguidores.  Outra influencer é a skatista Rayssa Leal, que já conta com 6,7K. Esses números valorizam os atletas além de seus desempenhos em competições e são vitrines para que seus nomes estejam em evidencia, independente de mídia televisiva. Esses seguidores são fortemente impactados pelas marcas e conceitos que os esportistas apresentam.

É importante entender que marketing esportivo não é assistencialismo. O esportista tem que ser um bom produto e que entregue resultados para a marca.

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